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Carlos Vilela 2010
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mnemónicas
para a Margarida, com um beijo.

Foto: ANTÓNIO BARREIROS
Fernão-Ferro, Seixal (1987).
quando quero lembrar-me de sol penso nos teus olhos,
quando quero lembrar-me de calor penso nos teus lábios, quando quero lembrar-me de paz penso no teu corpo adormecido no sofá sob
um xaile negro de Sendim (Miranda) à espera que o meu trabalho acabe e sigamos juntos para o quarto,
quando quero lembrar-me de carne penso nos nossos inenarráveis
momentos de amor...
quando quero lembrar-me de montanhas
penso nos teus seios grávidos, quando quero lembrar-me de ventre penso nos nossos filhos, quando quero lembrar-me de poema (ah!, esta tu sabes) penso no sangue revolto das tuas varizes, quando quero lembrar-me de fidelidade és
inteira na minha presença e na minha ausência,
quando quero lembrar-me de cómoda penso no teu "menino pobre de joelhos a
rezar", quando quero lembrar-me do sagrado coração de Maria que trago ao pescoço penso
na tua mãe e no nó do destino que nos prendeu, quando quero
lembrar-me de liberdade penso no Picasso (o gato do José, o
nosso Caravaggio!)
despojado no banco de madeira da Dona Zulmira de Sirarelhos, à
espera de uma carícia tua, quando quero lembrar-me de viagem penso
na urgência de um sonho que tiveste em Paris, quando quero, por um instante, experimentar esquecer-me de ti, então os meus olhos enchem-se de água e de sal porque o que sinto é saudade, quando quero lembrar-me do pão negro de Vinokúrov penso nas tuas mãos as mãos da tua mãe Deolinda carregando carqueja até ao Porto, quando quero lembrar-me da juventude que tudo arrastou penso
naquela tua fotografia prenhe em S. Leonardo da Galafura, e é ainda no diabólico incendiário que algumas vezes fui no teu peito que penso quando quero lembrar-me de dor.
um dia, quando quis esquecer-me de mim, eras tu que estavas aí a gritar
vem! vem! e atrás os nossos filhos num cauteloso sussurrar clamando
pai, não nos abandones!
quando quero lembrar-me da vida (essa trivialidade da matéria, como diz Cioran no livro que o
Pedro — Modiglianni! — trouxe para casa), penso no nosso prometido beijo da morte.
quando quero lembrar-se de
inquietação, então, penso no João, o nosso "filho do meio".
quando quero lembrar-me de branco-pérola, enfim, penso só em ti,
só em ti transfigurada no olhar daquela rapariga com brinco de Vermeer.
quando quero lembrar-me de uma flor penso:
margarida!
antero de alda 19.12.2017
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