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  Post 109 -  Maio de 2013  

 

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Torricelli, Pascal, Hobbes, razão, utopia e claustrofobia

 

 

 

 

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frame Youtube Brian May and Roger Taylor on Freddie Mercury's Last Days

BBC documentary Queen: Days Of Our Lives

 

 

 

Para cristãos e islamitas, São Gabriel é conhecido das sagradas escrituras por ser um dos mensageiros da primeira hierarquia de principados, anjos e arcanjos, a quem Deus confiou a extraordinária missão das revelações consideradas «para além da compreensão humana.»

 

Pascal, dado a milagres e também a algumas famosas revelações, desenvolveu estudos com sifões, tubos e foles de diferentes formas e tamanhos, sobre vácuo e pressão atmosférica, refutando o método racional cartesiano e antiquíssimas teorias aristotélicas sobre o conceito de horror ao vazio.

 

Torricelli, que estudou com Galileu, inventou o "princípio do barómetro" (o tubo de Torricelli, ou o vácuo de Torricelli), que de alguma coisa lhe serviu para anunciar uma estranha fórmula matemática que nos leva a acreditar que um certo sólido, sob o movimento de rotação de uma curva em torno do eixo da sua abcissa, pode ter volume finito dentro de uma área superficial teoricamente infinita (quer isto dizer que conseguiremos encher esse sólido com pouco mais de três unidades cúbicas de tinta, mas não teremos tinta suficiente para pintar a totalidade da sua superfície).

Eis a Trombeta de Torricelli, também conhecida por Trombeta de Gabriel: o prodigioso instrumento de que se serviu o Arcanjo para essa extraordinária missão de revelar o que está «para além da compreensão humana.»

 

 

 

«A nossa pálida razão esconde-nos o infinito.»

RIMBAUD

 

Pascal disse: há razões que a razão desconhece (ou «o último esforço da razão é reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam»). Torricelli, em quem Pascal se inspirou, saberia já que existem maravilhas que se escondem no vácuo, no buraco negro por detrás das estrelas do universo ou na ponta da trombeta onde residem todas as coisas com que sonhamos e que são infinitamente mais e maiores do que as coisas que nos são permitidas realizar.

 

 

«Nenhum homem pode imaginar o infinito.»

HOBBES

 

Por fim, Thomas Hobbes, metade matéria e metade medo (consta que a sua mãe terá entrado prematuramente em trabalho de parto com medo da Invencível Armada espanhola), manteve com Torricelli e Pascal uma polémica indecifrável, que teve o mérito de relacionar em definitivo Deus com o infinito: o infinito não existe (não há corpos celestes incorruptíveis — disse), pelo que Deus existe apenas através das nossas representações.

 

Estamos sós e aprisionados, portanto. Eis porque a utopia (ou «o que está para além da compreensão humana») pode transformar-se muitas vezes numa dolorosa experiência de claustrofobia...

 

 

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