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  Post 152 -  Fevereiro de 2014  

 

foto: Carlos Vilela 2010

 

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A frágil história dos homens escrevem-na os poetas com caligrafia de aves sobre os precipícios, para engolir todo o pranto da terra, até explodir nos lábios.

 

 

 

 

 

           

foto: CARLOS GARCIA RAWLINS/Reuters

Jovem recupera de um ataque com gás lacrimogéneo em Caracas

Venezuela, 17 de Fevereiro de 2014

 

 

 

 

 

 

 

 

É o dia a dia amante do poeta

 

um rosto contra todas as pátrias

num arco de versos   no deserto do século

 

uma cratera aberta no silêncio

para engolir todo o pranto da terra

até o homem ficar nu

 

ouro sobre azul sobre a morte

definitivamente

 

É o dia a dia amante do poeta

 

as letras do seu nome

pronunciadas no abismo

enquanto um povo inteiro desaparecido em beleza

sob a asa do mistério

canta na sua boca

 

e um oceano   e outro oceano

amanhece contra o coração

 

toda a saliva do amor

como uma serpente

sorrindo num vendaval de estandartes brancos

desfraldados a teus pés

caligrafia de aves sobre o precipício

antes do relâmpago

na neve devagar

até explodir nos lábios

 

É o dia a dia amante do poeta

 

solitário

na clareira violenta onde uma criança em fúria

escreve a sua história

e um relógio de fogo

queima as horas imundas

 

onde uma estátua de ossos

se inclina chorando

contra o peito da noite

 

e um automóvel   e outro automóvel que passa

desaparece num vómito

 

É o dia a dia amante do poeta

 

no livro dos mortos que voa

está escrito o nome dele

ao lado da sua máquina de guerra

 

ANTÓNIO JOSÉ FORTE

Corpo de Ninguém

Hiena Editora,  1989

 

 

_____

Ucrânia, Venezuela, Brasil, Síria, Líbia, Cuba, Congo, Angola, China, Portugal...

Vacilamos todos entre comunismo ou capitalismo, como se não houvesse outra forma de morrer.

 

 

 

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A alma tem muitos inquilinos

que estão frequentemente em casa todos ao mesmo tempo.

GÖRAN PALM

 

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