[ é preciso que te embriagues sem
trégua ]
a puta que os
pariu a todos...
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta
que os pariu a todos.»
JOSÉ
SARAMAGO
António (o «tóino»
de Jueus, Serra do Caramulo). Março de 2010.
foto ANTERO DE
ALDA
Como diria Ginsberg,
«Ezra Pound está certo a nação é um manicómio...»
E recordando Karl Popper:
«Como poderemos organizar as instituições políticas de forma que os governantes maus ou incompetentes possam ser impedidos de provocar mais danos?»
E retomando os Cohen (a partir de Cormac McCarthy),
No Country for Old Men ou
«este país não é para velhos».
«Deve-se estar sempre bêbado. É a única questão.
Afim de não se sentir o fardo horrível do tempo,
que parte tuas espáduas
e te dobra sobre a terra.
É preciso que te embriagues
sem trégua.»
BAUDELAIRE
«Ele brada cravem mais fundo na terra vocês aí cantem e toquem agarra a arma na cinta brande-a seus olhos são azuis cravem mais fundo as pás vocês aí continuem tocando para dançar.
Leite negro da madrugada nós te bebemos de noite
nós te bebemos ao meio-dia e de manhã nós te bebemos de noite nós bebemos bebemos…»
‘Fuga da morte’
«Ela sabe as palavras mas limita-se a sorrir.
Mistura o seu sorriso no cálice de vinho:
Tens de o beber, para estar no mundo.»
Sete rosas mais tarde
PAUL CELAN
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68 fotografias da série «Os pobres não
têm fé...»
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