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  Post 049 -  Dezembro de 2010  

 

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mural pós-moderno

{um mural apocalíptico}

 

 

 

 

A guerra é o grande alicerce da sociedade pós-moderna. A guerra ou a ideia da sua iminência. Tudo se faz e se desfaz a pensar nesse fantasma. Afinal, no fantasma da guerra e no fantasma do dinheiro...

 

 

 

«Numa economia de guerra a morte é um bom negócio, a pobreza é boa para a sociedade e o poder é bom para os políticos.»

MICHEL CHOSSUDOVSKY e ANDREW GAVIN MARSHALL

'The Global Economic Crisis. The Great Depression of the XXI Century' Montreal, 2010.

 

«Costuma-se dizer que as más ideias florescem porque atendem aos interesses de grupos poderosos.»

NOAM CHOMSKY

'O lucro ou as pessoas'

São Paulo, 2002.

 

 

O maior erro da civilização actual é defender um sistema que em vez de servir os injustiçados, os doentes, os idosos, os trabalhadores e as crianças serve-se destes para criar economias de sucesso. Michel Chossudovsky e Andrew Gavin Marshall definem isto com uma frase: «os pobres são feitos para combater os pobres» ('The Global Economic Crisis. The Great Depression of the XXI Century', Montreal, 2010). Poderia dizer-se o mesmo de outra maneira: os pobres são um produto do mercado, existem e devem ser cada vez mais, porque é do seu trabalho e das suas necessidades básicas que floresce o negócio dos ricos. Eis uma má ideia, pois. Mas, como diz Chomsky, são as más ideias que — tal como a pobreza — servem os interesses dos poderosos. É esta má ideia, aliás, que Georg Simmel define como ausência de liberdade, sendo que para ele a liberdade é «o carácter inconfundível que mostra aos demais que o nosso modo de vida não nos é imposto por outros» ('Fidelidade e Gratidão e outros textos', Lisboa, 2004).

 

 

 

 

Perguntamo-nos frequentemente porque é que a China, que acreditou ter sido um baluarte marxista e agora é uma superpotência que compra títulos de dívida dos países em falência, não inventou ainda máquinas capazes de substituir o trabalho infantil...

 

Este, porém, não é um problema isolado.

 

O Capitalismo, implementado com sucesso nos países sobrepovoados e subdesenvolvidos — onde a liberdade dos indivíduos não depende tanto de si mesmos, mas de um sistema que lhes é imposto (uma necessidade, um negócio, uma guerra...) —, tornou-se tão obscuro quanto mortífero, a partir da fraude institucionalizada, da publicidade e da manipulação dos media, das transacções financeiras virtuais realizadas nos grandes mercados de acções... Assim, com o argumento de que se deve deixar a economia seguir os seus passos (a liberdade da economia parece estar acima da liberdade das pessoas), quem vence é a própria economia — essa criatura abstracta que esconde, sob o diáfano manto de poder dos políticos, os grandes negócios do petróleo, das indústrias multinacionais, dos gestores e especuladores financeiros, prostíbulos e senhores da guerra.

 

Vence a economia, ou... a ausência dela. Os indivíduos (as pessoas e os seus valores morais) foram banidos em nome da competitividade. E por consequência outra vez a guerra...

 

 

    

Pesquise-se na Web por Barack Obama, Durão Barroso e Jean-Claude Trichet.

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MURAL PÓS-MODERNO (em construção).

 

 

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«O inferno nada pode contra os pagãos.»

ARTUR RIMBAUD

'Uma estação no Inferno'

Original de 1873.

 

 

Um mural pós-moderno, um mural com bestas que fomentam esta barbárie geral em nome da sua particular «fatalidade de felicidade» só pode ser um mural apocalíptico.

 

Mas um homem que quer mutilar-se é também um condenado. Saibamos honrar-nos: «o inferno nada pode contra os pagãos».

 

______

Um homem que quer mutilar-se é também um condenado, diz Rimbaud. Teremos as nossas dúvidas a partir do que cada um entender por 'mutilação'. Acabo de ler uma entrevista que o escritor britânico Ian McEwan deu ao semanário 'Expresso', a 3 de Novembro de 1990, e percebo como a riqueza vacuosa — uma espécie de «inocência voluntária dos satisfeitos» (segundo o entrevistador Luís Coelho) — pode levar à culpa. Teses literárias, ainda por cima kafkianas, que não comovem os pós-modernos: a arte que não se vende não faz parte dos códigos de honra da economia. Permanece o sentido que dou à frase: não nos deixemos vencer nunca, e muito menos por algo em que não acreditamos.

 

 

 

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que estão frequentemente em casa todos ao mesmo tempo.

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