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  Post 066 -  Novembro de 2011  

 

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as valquírias

 

Segundo a antiga mitologia nórdica, as Valquírias (Walküre, que quer dizer “aquelas que escolhem os que devem morrer”) eram formosas virgens guerreiras que cruzavam os céus em cavalos alados e armaduras brilhantes, resplandecendo de tal modo no espectro celeste que se confundiam com a Luz do Norte — a Aurora Boreal. Ao serviço de Odin (o deus dos deuses, da sabedoria, da guerra e da morte), ficaram associadas ao nascimento do império germânico, fundado na nobreza da raça ariana. No século V as Valquírias figuram ainda na efabulação das batalhas de Átila, rei dos Hunos, conhecido por Praga de Deus e saqueador das províncias da Europa.

 

Todos os homens veneram a sua Valquíria (a Morrigan na mitologia celta, a Fravashi persa, a Bellona entre os romanos…), mas nenhuma possui a venerável eloquência de Atena, do círculo dos doze deuses olímpicos na mitologia grega. Aliás, há registos de antigas e modernas Valquírias horríveis — velhas, gordas, displicentes e rancorosas...

 

Em 1870 Richard Wagner estreou no Teatro Municipal de Munique a ópera de título "O Anel do Nibelungo", onde se destaca a célebre Die Walküre, popularmente conhecida por Cavalgada das Valquírias.

 

Valquíria foi também o nome de uma operação militar que visou derrubar Hitler e terminou com o golpe falhado de 20 de Julho de 1944. Nesse mesmo dia os quatro oficiais directamente envolvidos foram acusados de traição à Pátria e executados.

 

Finalmente, em 1979 Francis Ford Coppola utilizou a Cavalgada das Valquírias de Wagner como fundo musical para o ataque aéreo com uma esquadra de poderosos helicópteros Huey, Little Birds modificados e caças F-5A sobre uma aldeia do Vietname no filme Apocalypse Now.

 

«Tecemos, tecemos a teia da lança,

Enquanto vai adiante o estandarte dos bravos.

Não deixaremos que ele perca a vida;

As Valquírias tem o poder de escolher

                                          os aniquilados...»

Canção das Valquírias na mitologia nórdica.

 

 

 

Jovens da academia da Bund Deutscher Mädel (Liga das Raparigas Alemãs).

Potsdam, Maio de 1935.

foto GEORG PAHL/Bundesarchiv

 

 

1. Traidor de Atenas

Circulam por estes dias na Grécia desenhos satíricos que comparam a chegada da "troika" da UE com a invasão das tropas de Hitler durante a II Guerra Mundial. O novo primeiro-ministro grego é apresentado como um traidor à Pátria, e já em Outubro o cartoonista Stathis Stavropoulos declarava à agência Reuters: «os desenhos mostram que aquilo que a Alemanha não fez com as armas na Segunda Guerra Mundial está agora a fazer através dos meios económicos.»

 

 

 

2. Admiráveis caciques

Aos portugueses, admiráveis caciques da União e já tão pobres e deprimidos como os gregos, o ridículo presidente da Comissão Europeia advertiu, em declarações à televisão do Estado: «Portugal poderá ter bons resultados económicos em 2013», mas para isso terá de adoptar «provavelmente medidas adicionais...»

Regresso a Berlim, Março de 1945. Quando as tropas de Estaline chegam à capital, já toda a Alemanha estava em ruínas. Conhecedores das atrocidades indescritíveis do exército russo, milhares de soldados nazis desfaziam-se das suas fardas e atiravam-se ao rio Elba para se renderem aos americanos estacionados na outra margem. No Elba, no Spree, no Havel, no Reno e no Danúbio morreram afogadas centenas de mulheres que fugiam das ameaças de violação pelos bravos cossacos comunistas.

 

 

 

3. A Primavera da Europa

Na Grécia, a tentativa de referendo à moeda única foi travada pela ameaça da bancarrota. Sem recurso ao voto, Lucas Papademos sucedeu a Papandreou com a promessa de retomar os acordos com os países da zona euro e pagar a dívida.

Igualmente dispensando o voto popular, na Itália o primeiro-ministro Berlusconi foi substituído pelo ex-comissário Mario Monti, com o apoio do novo presidente do Banco Central Europeu.

Pois, se o povo não sabe escolher os seus líderes (as Valquírias é que têm o poder de escolher os seus heróis e as suas vítimas), os analistas admitem agora que vários outros chefes de governo democraticamente eleitos na Europa venham a ser também afastados nos próximos meses e substituídos por tecnocratas ao serviço dos interesses dos mercados: a democracia e os direitos dos cidadãos (os direitos dos trabalhadores e das crianças que sustentam as «economias emergentes», como acontece na admirável Primavera da China) serão sacrificados.

 

 

 

Heráclito dizia: «a guerra é a mãe, rainha e princípio de todas as coisas.» Recorde-se o que os oficiais nazis ensinavam aos adolescentes da 12ª Divisão Panzer SS Hitlerjügend, chamados a defender a pátria quando o próprio Führer já se preparava para o suicídio no seu bunker de Berlim: «Genießt den Krieg, denn der Friede wird schrecklich». Quer dizer: aproveitem a guerra, porque a paz será terrível...

 

 

 

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