ANTERO DE ALDA Photography Recent Works

 

Walter Astrada: walk, walk, walk

 

«Don't act like a photographer. Don't think like a photographer. Don't believe what you are thinking before you are seeing. Walk, walk, walk. Do all these fast!»

ALEX MAJOLI

 

 

 

Few photographers can be proud of having received so many awards in so little time.

 

Between 2007 and 2010, Walter Astrada won three World Press Photo’s first prizes and in 2008 alone he was awarded 14 times in international competitions. And if his photos are direct, violent and bloody, this may mean that the media are mainly interested in reports of tragedy, the brutality that composes the human mass. But to this «fotoperiodista extremo» (extreme photo reporter — as they call him in Argentina, where he was born in 1974), this simply means that he cares about the suffering of his blood brothers — the endemic cruelty of some countries in Latin America: in the segregation against Paraguayan transvestites, in violence against women in Guatemala, in Haiti's dictatorship...

 

Against the democratically correct, Astrada complains about the newspapers that refuse to publish his reports, which they describe as «too hard».

 

In an interview he gave in August 2008, he admits: «I think that magazines use the excuse that readers like to read "lighter news", when that is not quite true. But the fear of losing advertisers makes them not wanting to touch certain issues. Moreover, when they address "sensitive" topics, they are increasingly doing it very lightly. Using portrait, for example...».

 

"Portraits" are undoubtedly a photographic expression very little used by photojournalists such as Walter Astrada. And because the scale of disaster means movement, he does — better than anyone else — what characterizes the spirit of Majoli: «Walk, walk, walk. Do all these fast!».

 

But it he also does portraits...

 

Whether receiving awards or counteracting democratic correctness, Walter Astrada is on the before and the after, moving towards death and in time to portray death itself. Therefore, he also complains about politicians: «I don’t care about politicians (…) I care about exposing the consequences of their poor management.»

 

 

 

 

Kenya's post election violence (2008) e Femicide in Guatemala (2006).

photos WALTER ASTRADA

 

 

 

Walter Astrada currently lives in Madrid.

 

A regular contributor of the most important international photographic agencies (AP, AFP, WPN, Getty Images...), he admits that «the chances that I won’t live to see 60 are extremely high» because «sometimes, I risk too much» (in an interview to Alesia Martinez, SOITU.ES, June 2009).

 

The secret of his success is the reason of his fears, it goes hand in hand with tragedy.

 

 


English version 

 

Antero de Alda: Câmara Antiga (Walter Astrada — Walk, walk, walk)

 

 

contacto

poesia

fotografia

home

 

  Post 027 -  Março de 2010  

 

foto: Carlos Vilela 2010

 

www.anterodealda.com

 

 

pesquisar neste blog

 

Recentes

 

o editor pergunta-me...

          [ a reserva de Mallarmé ]

 

 

Antigas

 

o ministro foi às putas de pequim

manual de sobrevivência [ XXV ]

o comboio de... Cristina Peri Rossi

o tesoureiro de Leipzig

manual de sobrevivência [ XXIV ]

manual de sobrevivência [ XXIII ]

manual de sobrevivência [ XXII ]

e o lado oculto da Europa...

a Espanha oculta de...

          [ Cristina García Rodero ]

o cortejo dos amortalhados

EU — only for rich

a essência do Capitalismo

a essência de um Capitalista

os filhos do Diabo

manual de sobrevivência [ XXI ]

ódio à Democracia [ III ]

ódio à Democracia [ II ]

ódio à Democracia [ I ]

Warhol [ 85 anos ]

manual de sobrevivência [ XX ]

manual de sobrevivência [ XIX ]

manual de sobrevivência [ XVIII ]

taitianas de Gauguin

retratos de Van Gogh

nunca serei escravo de nenhum terror

as coisas [ Jorge Luis Borges ]

manual de sobrevivência [ XVII ]

manual de sobrevivência [ XVI ]

Portugal, noite e nevoeiro

o corno de Deus

manual de sobrevivência [ XV ]

manual de sobrevivência [ XIV ]

manual de sobrevivência [ XIII ]

a filha de Galileu

um museu para o Eduardo

manual de sobrevivência [ XII ]

manual de sobrevivência [ XI ]

Torricelli, Pascal, Hobbes, razão, utopia e claustrofobia

manual de sobrevivência [ X ]

manual de sobrevivência [ IX ]

os diabos no quintal

     [ histórias de homens divididos

       entre muitos mundos ]

o pobre capitalismo...

as Madalenas de Caravaggio

manual de sobrevivência [ VIII ]

o alegre desespero [ António Gedeão ]

manual de sobrevivência [ VII ]

manual de sobrevivência [ VI ]

manual de sobrevivência [ V ]

manual de sobrevivência [ IV ]

manual de sobrevivência [ III ]

sombras [ José Gomes Ferreira ]

Phoolan Devi [ a valquíria dos pobres ]

schadenfreude [ capitalismo e inveja ]

a vida não é para cobardes

europa

a III Grande Guerra

FUCK YOU!

EU — die 27 kühe [ as 27 vacas ]

europa tu és uma puta!

bastardos!

o daguerreótipo de Deus...

o honrado cigano Melquíades...

cem anos de solidão...

manual de sobrevivência [ II ]

o salvador da América [ Allen Ginsberg ]

o salvador da América [ Walt Whitman ]

[ revolução V ] as mães do Alcorão

[ revolução IV ] paraíso e brutalidade

[ revolução III ] andar para trás...

[ revolução II ] para onde nos levam...

[ revolução I ] aonde nos prendem...

o problema da habitação

cartas de amor

a herança de Ritsos

as piores mentiras

elegia anti-capitalista

da janela de Vermeer

manual de sobrevivência [ I ]

de novo o Blitz...

antes de morrer

as valquírias

forretas e usurários

           [ lições da tragédia grega ]

Balthus, o cavaleiro polaco

abençoados os que matam...

diário kafkiano

Bertrand Russell: amor e destroços

U.E. — game over

DSK: uma pila esganiçada

coração

kadafi

o tempo e a eternidade

Bucareste, 1989: um Natal comunista

mistério

o Homem, a alma, o corpo e o alimento

          [ 1. a crise da narrativa ]

          [ 2. uma moral pós-moderna? ]

          [ 3. a hipótese Estado ]

o universo (im)perfeito

mural pós-moderno

Lisboa — saudade e claustrofobia

          [ José Rodrigues Miguéis ]

um cancro na América

Marx, (...) capital, putas e contradições

ás de espadas

pedras assassinas

Portugal — luxúria e genética

rosas vermelhas

Mozart: a morte improvável

1945: garrafas

1945: cogumelos

bombas de açúcar

pão negro

Saramago: a morte conveniente

os monstros e os vícios

porcos e cinocéfalos

o artifício da usura

a reserva de Mallarmé

o labirinto

os filhos do 'superesperma'

a vida é uma dança...

a puta que os pariu a todos...

walk, walk, walk [Walter Astrada]

Barthes, fotografia e catástrofe

Lua cheia americana [Ami Vitale]

a pomba de Cedovim

o pobre Modigliani

o voo dos pimparos

o significante mata?

a Europa no divã

a filha de Freud

as cores do mal

as feridas de Frida

perigosa convivência

—querida Marina! («I'm just a patsy!»)

a grande viagem...

histoire d'une belle humanité

o coelhinho foragido

o sono dos homens...

«propriedade do governo»

os dois meninos de O'Donnell

o barco dos sonhos

farinha da Lua

o enigma de Deus

«nong qua... nong qua...»

«vinho de arroz...»

magnífica guerra!

a lei do Oeste...

Popper (1902-1994)

 

 

 

SnapShots

 

 

os dias todos iguais, esses assassinos...

 

Walter Astrada:

walk, walk, walk

 

 

«Don't act like a photographer. Don't think like a photographer. Don't believe what you are thinking before you are seeing. Walk, walk, walk. Do all these fast!»

ALEX MAJOLI

 

 

 

Poucos fotógrafos poderão orgulhar-se de ter recebido tantos prémios em tão pouco tempo.

 

Entre 2007 e 2010 Walter Astrada recebeu três primeiros prémios no World Press Photo, e só em 2008 foi premiado por 14 vezes em concursos internacionais. E se as suas fotografias são directas, violentas e ensanguentadas, isto pode querer dizer que aos média interessam as reportagens da tragédia, a brutalidade com que é feita a massa humana. Mas para este «fotoperiodista extremo» (como lhe chamam na Argentina, onde nasceu em 1974) isto quer dizer simplesmente que se preocupa com o sofrimento dos seus irmãos de sangue — a crueldade endémica de alguns países da América Latina: na segregação contra os travestis no Paraguai, na violência contra as mulheres na Guatemala, na ditadura do Haiti...

 

Contra o democraticamente correcto, Astrada queixa-se dos jornais que recusam publicar as suas reportagens, que qualificam de «muito duras».

Numa entrevista que concedeu em Agosto de 2008, confessa: «Creo que los magazines utilizan la excusa de que a los lectores les gusta leer noticias más "lights", cuando eso no es del todo verdad. Pero el miedo a perder la publicidad hace que no quieran tocar determinados temas. Además, cuando tocan temas "sensibles", cada vez más suelen hacerlo de forma muy ligera. Por ejemplo, utilizando el retrato...».

 

O "retrato" é, sem dúvida, uma expressão fotográfica muito pouco usada por fotojornalistas como Walter Astrada. E, porque a dimensão da tragédia implica movimento, ele faz — melhor do que ninguém — o que caracteriza o espírito de Majoli: «Walk, walk, walk. Do all these fast!».

 

Mas faz também retrato...

 

Quer seja para receber prémios ou para contrariar o democraticamente correcto, Walter Astrada está no antes e no depois, no movimento para a morte e no momento de retratar a morte em si. Por isso ele queixa-se também dos políticos: «No me interesan los políticos (...), me interesa mostrar las consecuencias de sus malas gestiones.»

 

 

 

 

 

Kenya's post election violence (2008) e Femicide in Guatemala (2006).

fotos WALTER ASTRADA

 

 

 

Walter Astrada vive actualmente em Madrid.

 

Colaborador habitual das mais importantes agências fotográficas internacionais (AP, AFP, WPN, Getty Images...), admite que «Hay muchas probabilidades de que no llegue a cumplir los 60», porque «a veces, arriesgo demasiado» (de uma entrevista a Alesia Martinez, SOITU.ES, Junho de 2009).

 

O segredo do seu sucesso é a razão dos seus medos: caminha lado a lado com a tragédia.

 

 

[ www.walterastrada.com ]

 

 

 

anterior  |  início  |  seguinte

 

 

A alma tem muitos inquilinos

que estão frequentemente em casa todos ao mesmo tempo.

GÖRAN PALM

 

webdesign antero de alda, desde 2007