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  Post 150 -  Fevereiro de 2014  

 

foto: Carlos Vilela 2010

 

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os dias todos iguais, esses assassinos...

 

silêncio(s)

como uma pedra imensa

[ José Agostinho Baptista ]

 

 

[ 18 de Fevereiro de 2014 ] O céu de Kiev está em chamas. Depois de décadas e décadas de esquecimento, os ucranianos querem conhecer outra liberdade... Como diria Orwell em The Road to Wigan Pier, é preciso experimentar o imperialismo (ou o socialismo) para poder odiá-lo.

 

Continuam no Brasil as manifestações contra o espectáculo mediático do Mundial de Futebol. Não porque os mundiais de futebol, em si mesmos, sejam prejudiciais, mas porque aos brasileiros faz mais falta a água, a luz, dinheiro para pagar os impostos, os medicamentos e os transportes. Quer isto dizer que vivemos hoje um estranho conflito entre o barulho das máquinas, da televisão, dos jornais, do Facebook... e a realidade quotidiana quase afónica, despojada do essencial. Mas, de que nos servem as máquinas, a televisão, os jornais e o Facebook, quando não nos revelam senão essa mesma ausência de Deus, o mesmo niilismo deprimente que ressoa da nossa condição de eternos pobres, escravos do trabalho, dos altos preços da água e da luz, dos negócios dos monopólios e da hipocrisia do poder?

Talvez um dia seja possível sobrepor ao barulho enganador das máquinas (as odiáveis máquinas da civilização, segundo Orwell) o silêncio genuíno da dor e do queixume de brasileiros, e ucranianos, e chineses, e portugueses, e espanhóis, e russos, e americanos...

 

 

 

 

 

foto: BILL BRANDT Coal searcher going home to Jarrow 1937.

 

 

 

 

 

 

1.

E tudo se resumiu à evidência do pó.

Uma lenda, um ofício, uma teia de

apertadas mágoas que nunca mais

deixará passar a luz.

A tua luz, sol, lua ou juvenil chama dos

campos livres,

apagou-se violentamente.

Nos aquários da noite caiu uma estrela.

O mundo caiu sobre os teus ombros.

 

 

 

 

2.

Uma noite,

quando o mundo já era muito triste,

veio um pássaro da chuva e entrou no teu peito,

e aí, como um queixume,

ouviu-se essa voz de dor que já era a tua

voz,

como um metal fino,

uma lâmina no coração dos pássaros.

 

Agora, nem o vento move as cortinas desta casa.

O silêncio é como uma pedra imensa,

encostada à garganta.

 

JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA

 

 

_____

Bill Brandt vs. George Orwell

Diversas edições do livro The Road to Wigan Pier, de George Orwell, foram inspiradas na fotografia do mineiro de carvão de Jarrow, de Bill Brandt, e ambos datam de 1937. À sua maneira, em The Road to Wigan Pier, Orwell dá voz aos mineiros esquecidos dos condados de Lancashire e Yorkshire (Leeds, Sheffield, Barnsley, Manchester, Derbyshire, Wigan, Preston, Liverpool...), também eles enterrados vivos, há já muito tempo, pelas hordas panfletárias de socialistas e imperialistas...

 

 

 

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A alma tem muitos inquilinos

que estão frequentemente em casa todos ao mesmo tempo.

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