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  Post 129 -  Agosto de 2013  

 

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ódio à Democracia [ I ]

 

 

 

Recordo um dos slogans do Maio de 68, em Paris: «Sartre, seja breve.» E, apesar disso, o que diz Jacques Rancière, o outro filósofo francês, nascido em Argel e autor do livro Ódio à democracia (2005), ao jornal espanhol Público em Janeiro de 2012: «O grande defeito dos cidadãos continua a ser, hoje, o mesmo de sempre: deixar-se despojar do seu poder.»

Este despojamento, que a dada altura se desenvolveu a partir duma fé incondicional na Democracia, acabou por relaxar a própria Democracia, em benefício dos mercados, que deixaram de se interessar pelo bem estar das pessoas e tornaram-se unicamente dependentes do lucro. Quer dizer, o dinheiro transformou-se numa droga.

Hoje, mais do que nunca, estudamos os prejuízos causados por esta metamorfose diabólica da Democracia para a Plutocracia e formas concretas de colocar os cidadãos em acção para retomarem o poder. É uma tarefa difícil, que pode levar muitos anos, muitos mais do que aqueles que foram necessários para esvaziar os Estados das suas responsabilidades.

 

 

 

 

 

 

Eles vestem

as nossas

roupas

 

 

ANTERO DE ALDA Videografias do Lixo pós-moderno, Agosto de 2013.

 

 

 

 

 

1. negócios da china

 

 

«Tudo se discute neste mundo, menos uma coisa, que não se discute: não se discute a Democracia. A Democracia está aí, como se fosse uma espécie de santa de altar, de quem já não se esperam milagres...»

JOSÉ SARAMAGO

 

 

O espanhol Amancio Ortega Gaona, dono da Inditex, o grupo da Zara, da Massimo Dutti, da Bershka, da Pull and Bear e da Stradivarius, entre outras empresas, e o sueco Ingwar Kamprad, dono da Ikea, são os dois homens mais ricos da Europa, segundo a revista suíça Bilan, acumulando fortunas individuais de cerca de 40 mil milhões de euros cada. Como é que é possível que um só homem possa ter tanto dinheiro?

 

No Bangladesh, onde se instalaram as empresas de Amancio Ortega e tantas outras à procura de matéria-prima e mão-de-obra baratas, terminou agora a peregrinação às margens do rio Turag, no culminar de trinta dias dedicados ao jejum, às orações e às esmolas. No feriado do Eid al-Fitr, que assinala o fim do Ramadão, um movimento de cerca de dois milhões de fiéis encheu os principais transportes públicos das cidades de Dacca e Tongi. Se considerarmos que no Bangladesh trabalham cerca de quatro milhões de pessoas nas empresas têxteis, compreende-se que este ritual não é muito diferente do movimento de todos os dias, logo pela manhã cedo e à noite, quando os funcionários chegam ou abandonam os seus locais de trabalho, onde recebem salários que rondam os 30 euros por mês.

Estas pessoas chegam a trabalhar 70 horas por semana, incluindo sábados e domingos, sem direito a protecção social, reforma, subsídio de férias ou de Natal. Aos domingos trabalham até às 16 horas, mas como sempre só saem das fábricas uma hora depois. Entre elas, existem milhares de crianças, que muitas vezes são obrigadas a descansar, entre os turnos, nos seus miseráveis locais de trabalho, sem condições sanitárias e de higiene básicas e sujeitas a assédio e outras provocações sexuais. Na maior parte dos casos, são subcontratados de pequenas empresas que trabalham para as grandes multinacionais da Europa como a Inditex.

 

No Bangladesh, na Índia e no Brasil o preço de produção de umas calças fabricadas com a etiqueta Zara Basics ou produtos similares não chega a atingir os 2 euros, sendo depois vendidas nos grandes centros comerciais da Europa a 39,90 cada peça. Ainda assim, este sistema de dependência comercial está de tal maneira montado à escala global, que os governos destes países apelam com regularidade às autoridades da União Europeia para não aplicarem medidas punitivas pela ausência de condições dignas de trabalho. De resto, depois do acidente de 24 de Abril numa fábrica clandestina de Dacca, Mahmood Ahmed, um especialista financeiro ao serviço do Banco Islâmico do Bangladesh e autor do livro O cheiro do dinheiro (The smell of money, 2009), fez a seguinte declaração: «Se a UE ou outros compradores impuserem condições de comércio rígidas sobre o Bangladesh, a economia do país será prejudicada e milhões de trabalhadores perderão os seus empregos.»

 

Afinal, como é que as fábricas do Bangladesh, do Brasil, da China e da Índia poderão modernizar-se e pagar salários dignos aos seus trabalhadores, se as empresas europeias não lhes pagam o preço justo pelo produto do seu trabalho? Afinal, não são estas mesmas empresas, e os bancos como o Goldman Sachs, o Citibank e o Deutsche Bank, que exigem que os salários baixem na própria América e na Europa para poderem ter lucros anuais cada vez maiores, de dezenas de milhares de milhões de euros?

 

 

 

2. o caso americano e a herança da Europa 

 

Na América, pouco anos depois da crise da Bolsa de 1929, os mercados voltaram a retomar o domínio das políticas governamentais. O Memorando Powell (1971) impôs vigilância aos média e aos intelectuais, defendendo que «os homens de negócios devem usar o seu músculo financeiro para moldar as políticas do país», e o presidente Reagan (1981-89) aniquilou os movimentos sindicais e desregulamentou definitivamente a banca e o comércio. Seguiu-se um conjunto de medidas que visaram aliviar os impostos às empresas e aumentá-los aos trabalhadores.

Ross Perot, candidato às presidenciais de 1993, fez na televisão, no debate de 15 de Outubro de 1992 com George Bush e Bill Clinton (Richmond, Virginia), um importante aviso que os americanos ignoraram completamente: «Se paga 12, 13, 14 dólares por hora a operários das fábricas e pode mudar a sua fábrica para o sul da fronteira [México], pagar 1 dólar por hora, não pagar serviços de Saúde, (...) não haver controlo ambiental, controlo da poluição, nem reforma, só tem de se preocupar em ganhar dinheiro... Haverá um grande ruído de sucção em direção ao sul.»

 

Sustentando a teoria do pacto entre Republicanos e Democratas (o equivalente ao bipartidarismo que existe na Europa entre sociais democratas e socialistas), em 2000 o presidente Clinton, com o apoio do Secretário do Tesouro, Robert Robin, e do presidente da Reserva Federal, Alan Greenspan, sob proposta do congressista Phil Gramm, revogaram a antiga lei Glass-Steagall e fizeram aprovar o chamado The Commodity Futures Modernization Act, que permitiu a liberalização de produtos financeiros obscuros (os derivados tóxicos dos bancos), dando luz verde para que Wall Street se transformasse num casino e escancarando as portas para a crise de 2008. Segundo dados revelados por Frances Causey e Donald Goldmacher no documentário Heist: Who Stole the American Dream? (Os ladrões do sonho americano, 2011), por causa desta crise, mais de 10 milhões de pessoas já perderam as suas casas e outros tantos trabalhadores perderam os seus empregos, e cerca de 50 milhões passaram a viver abaixo do limiar da pobreza. A dramática realidade destes números está a agravar-se em cada dia que passa, porque os ricos deixaram de se interessar apenas pela exploração das classes mais pobres e passaram a atacar também a classe média.

 

Há mais de 40 anos que os americanos, incluindo alguns reputados economistas, estão a reclamar uma mudança radical dos paradigmas económicos, mas a verdade é que os governos e as grandes instituições financeiras nem querem ouvir falar disso. O próximo passo é responsabilizar as funções sociais do Estado pelo descalabro económico, privatizar a Segurança Social e o sistema nacional de Saúde e aumentar a idade da reforma para os 70 anos.

 

O vice-ministro das Relações Exteriores do México, Jorge Castañeda, criticou em tempos a NAFTA (Jorge Castañeda e Carlos Heredia, Another NAFTA: What a Good Agreement Should Offer, World Policy Journal, 1992), acusando-a de favorecer os interesses dos ricos e não respeitar as diversidades culturais e regionais dos países mais pobres. O mesmo está agora a acontecer na União Europeia, principalmente a partir da introdução da Moeda Única em 1999.

 

 

 

3. direitos humanos e questões ambientais

 

Hoje [ 13 de Agosto de 2013 ] o Jornal de Notícias dá conta da reacção do presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, aos seus opositores nas eleições de 31 de Julho: «Os que estão chocados com a derrota podem enforcar-se, se quiserem.»

 

Grande parte dos países africanos, asiáticos e sul-americanos têm sofrido não só com as pressões das grandes indústrias dos EUA e da Europa, mas também com os graves problemas de défice democrático, com a poluição e com a pobreza extrema. Na Índia, por exemplo, os grandes laboratórios farmacêuticos obtêm lucros astronómicos com o recrutamento, a preços irrisórios, de cobaias humanas que fazem perigosas experiências (muitas vezes fatais) com medicamentos, perante a quase indiferença das autoridades internacionais. Ao Ghana, à Nigéria e à Libéria, mesmo depois da Convenção de Bamako, no Mali, em Janeiro de 1991, por intermédio de redes mafiosas também utilizadas para o lucrativo negócio de armas continuam a chegar da França, da Inglaterra, da Alemanha e de tantos outros países industrializados dezenas de milhões de toneladas de material electrónico usado e em fim de vida, provocando acumulações insustentáveis de chumbo, mercúrio, cádmio e diversos outros materiais tóxicos altamente perigosos para a saúde pública.

Na verdade, nem os EUA nem a UE estão interessados em mexer no que quer que seja destes regimes, desde que continuem a haver aqui trabalhadores não qualificados a receber 30 ou 40 cêntimos à hora, desde que continuem a servir a Merck e outros conhecidos laboratórios para as suas experiências médicas e com transgénicos (só comparáveis ao que os nazis fizeram na Alemanha e na Polónia durante a II Guerra Mundial), desde que continuem a produzir sem restrições ecológicas e a receber os resíduos dos países mais desenvolvidos em troca de compensações financeiras inaceitáveis.

 

Isto significa que a Democracia é hoje uma construção paradoxal: tal como a conhecemos, é tão corrupta, que depende em absoluto da existência de ditaduras fortes e sistemas económicos que não têm a mais pequena preocupação com a qualidade de vida e até com a sobrevivência dos seus cidadãos.

 

 

 

4. a luta pela cidadania

 

 

«O poder do cidadão, o poder de cada um de nós, limita-se, na esfera política, a tirar um governo de que não gosta e a pôr outro de que talvez venha a gostar. Nada mais. Mas as grandes decisões são tomadas numa outra esfera e todos sabemos qual é. As grandes organizações financeiras internacionais, o FMI, a OCDE, tudo isso. Nenhum desses organismos é democrático. E, portanto, como é que podemos continuar a falar de Democracia se aqueles que governam o mundo não são eleitos democraticamente pelo povo?»

JOSÉ SARAMAGO

Fórum Social Mundial, Porto Alegre, Brasil

29 de Janeiro de 2005

 

 «Em toda a Europa, os governos, tanto de direita como de esquerda, aplicam o mesmo programa de destruição sistemática dos serviços públicos e de todas as formas de solidariedade e protecção social que garantiam um mínimo de igualdade no tecido social. Em toda a parte, então, revela-se a oposição brutal entre uma pequena oligarquia de financeiros e políticos, e a massa do povo submetida a uma precariedade sistemática, despojada do seu poder de decisão.»

JACQUES RANCIÈRE, jornal Publico, Espanha

15 de Janeiro de 2012

 

 

Segundo a revista Bilan (Bilan.ch, 14 de Julho de 2013), fazem também parte do ranking das 100 famílias mais ricas da Europa alguns multimilionários russos, «que se aproveitaram habilmente da onda de privatizações que varreu o país nos anos 90 para adquirir a preços baixos antigas empresas estatais.» Ao obedecer cegamente às ambições da União Europeia, da OCDE, do FMI e do Banco Mundial, que são dominados pelos grandes grupos financeiros, os governos da Europa estão a repetir os mesmos erros dos norte-americanos e da NAFTA, e confrontam-se já com os mesmos problemas de destruição do Estado e degradação da qualidade de vida dos cidadãos.

 

O Papa Francisco, na sua habitual missa do 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores, referiu-se ao desastre de Dacca e lembrou que as mais de 400 pessoas que ali morreram eram sujeitas a «trabalho escravo.» No passado domingo [ 11 de Agosto de 2013 ], na praça de S. Pedro, no Vaticano, fez um apelo a cristãos e muçulmanos, instigando-os a trabalhar juntos para promoverem o respeito entre as religiões, educando as novas gerações.

Depois de séculos de dogmas e opressão religiosa, tem vindo a decrescer em todo o mundo o número de pessoas que ainda acreditam no poder da Igreja, talvez porque as suas dúvidas são muito maiores do que suas certezas. Poderá a Igreja dos nossos dias contribuir de alguma maneira para orientar os cidadãos para as mudanças que se impõem? Poderão estas tentativas de inclusão religiosa corresponder a mudanças políticas que permitam ouvir o que os tradicionais partidos da oposição têm a dizer? Estará a própria Igreja disposta a ouvir os comunistas?

 

 

 

5. epílogo: o ódio — problema ou solução?

 

Na Venezuela, nas eleições do dia 14 de Abril passado, Nicolás Maduro, o sucessor natural do carismático Hugo Chávez, venceu as eleições com menos de 51% dos votos. Que lugar ficou reservado no governo para proteger os direitos dos mais de 49% de venezuelanos que votaram em Henrique Capriles? De que forma poderemos obrigar os políticos de todo o mundo a formarem governos que incluam representantes de todos os partidos que têm lugar nas respectivas Assembleias Nacionais?

 

A publicidade às grandes empresas está em todo o lado e hoje já ninguém está livre da presença massiva da iconografia selvagem dos mercados. Se o actual projecto de Plutocracia continuar por muito mais tempo, estaremos todos condenados não apenas ao fim da soberania dos Estados, mas também ao fim da Literatura, das Artes e do livre pensamento.

 

Só poderemos criar uma Democracia saudável se formos capazes de odiar esta Democracia podre que está a pôr em causa o progresso da nossa civilização.

 

______

o ódio à Democracia e a generosidade do mal:

as visões de Roosevelt, AJP Taylor [ de novo o Blitz ] e Jacques Rancière

Quem odeia a Democracia? Nós, que não a queremos tal como ela é, ou eles, a quem ela serve por ser como é? Em qualquer caso, estamos na emergência de uma guerra.

 

Fonte: Heist: Who Stole the American Dream? (2011)

 

«A nossa tarefa prioritária é pôr as pessoas a trabalhar. Não é um problema sem solução se o encararmos sabiamente e com coragem. Pode ser alcançado em parte com recrutamento directo do governo, fazendo-o como se estivéssemos na emergência de uma guerra.»

FRANKLIN ROOSEVELT

Discurso de posse, 4 de Março de 1933.

 

 

 

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