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  Post 032 -  Maio de 2010  

 

foto: Carlos Vilela 2010

 

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a reserva de Mallarmé

 

 

«Mallarmé, de quem somos todos filhos, concedeu-nos para o suicídio, para nos dissiparmos e não sermos senão consciência pura.»

YVES BONNEFOY

 

 

 

foto NADAR, cerca de 1890.

 

 

 

 

 

É sabido que o pintor Degas fez poesia na sua juventude. Consta que um dia encontrou Mallarmé e disse: «Hoje queria escrever um poema, mas não tenho ideias». Ao que Mallarmé respondeu: «Mas você não escreve poemas com ideias, você escreve poemas com palavras.»

 

 

 

 

 

 

Tinha no frigorífico sete palavras capitais

à espera de um dia de míngua:

mãe, mulher, sonho e respiração,

uma certa medida de sal e liberdade

e ainda não foi para morrer que nós nascemos

(em memória de Jorge de Sena).

E ao lado uma reserva de Mallarmé.

 

Por baixo do código de barras

dizia para manter tudo em lugar fresco.

 

 

 

Deixei passar os dias com migalhas

e desprezei as letras mais pequenas,

porque «à laboriosa abelha

não sobra tempo para tristezas».1

 

Agora que tanta falta me fazia

o poema ultrapassou o prazo de validade.

De qualquer modo de nada me valia:

há muito tempo que não pago a conta

da electricidade.

 

Antero de Alda

Poema fora de prazo (inédito).

 

______

1 William Blake

 

A propósito de migalhas: «a gente neste mundo alimenta-se ou sobrevive dessas migalhas do banquete dos outros» (Jorge de Sena).

 

 

 

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A alma tem muitos inquilinos

que estão frequentemente em casa todos ao mesmo tempo.

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