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  Post 147 -  Dezembro de 2013  

 

foto: Carlos Vilela 2010

 

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o editor pergunta-me...

[ a reserva de Mallarmé ]

 

 

Morreu Nelson Mandela (95 anos), o homem que acreditava no impossível: que os homens são todos iguais.

Por cá, Mário Soares (89 anos) foi a Viana do Castelo manifestar-se contra a inevitável privatização dos estaleiros navais e o despedimento de 600 trabalhadores em mais um negócio ruinoso para o Estado.

Entretanto, Manoel de Oliveira (que faz hoje 105 anos) disse em tempos que «a vida é uma derrota.»

Nenhuma virilidade individual, seja física ou mental, pode contrariar a forte tendência comum para a mediocridade.

Depois da revolta na Praça da Bessarábia, em Kiev, a estátua de Lenine está à venda em pedaços no eBay...

 

***

 

Lembro-me da Terceira Onda, de Ron Jones, e de Stanley Milgram e a “obediência à autoridade” e ainda o que diz Omer Bartov: «o genocídio é sempre um empreendimento coletivo...» Somos todos judeus e todos somos, ao mesmo tempo, honrados cidadãos da Alemanha na II Guerra Mundial. Todos somos ao mesmo tempo vítimas e cúmplices (metade vítima e metade cúmplice, como dizia Sartre) da destruição do Estado, da precarização do emprego — os baixos salários e os despedimentos sem justa causa, a mesquinhez dos empregadores e a videovigilância aos assalariados, a fuga aos impostos, a manipulação dos produtos e a chantagem aos produtores... — em suma, da desumanização em benefício de uma civilização fundada no livre arbítrio dos mercados, no poder absoluto das grandes instituições financeiras e das multinacionais, na ditadura do dinheiro.

 

(.......................................)

Este livro conta a história de um homem que caminha no mundo e é despojado de tudo, até da própria alma («deixei a chave debaixo do tapete»). Um homem que chega a iludir-se («afago o fumo com gomos de laranja») e numa situação limite vacila entre o discernimento («estava a pensar hipotecar o gato do vizinho, mas felizmente ele desapareceu») e o desejo («o gato voltou para casa... crava-nos os olhos como um filho enterra as unhas na carne da mãe»). Um homem que, por fim, ressuscita no corpo de uma criança, agarra-se a uma árvore como na maravilhosa fotografia de Sabine Weiss tirada em Espanha em 1981 e diz, como e.e. cummings: «obrigado Meu Deus por mais este espantoso dia, pelos saltitantes e virentes espíritos das árvores.»

 

              "Deus fez de mim um homem diferente..."

 

Inevitavelmente, esse homem negará contar aos seus filhos a história dos seus pais («nem tudo é perfeito na esquina da macieira ácida...»), a história de Ícaro, que voou muito alto, tão alto que se aproximou do Sol, queimou as asas e caiu no mar Egeu...

 

 

 

 

foto: SABINE WEISS A girl and a tree, Espanha, 1981.

 

 

 

POEMA DE AMOR

 

sob o candeeiro cilíndrico de imitação de seda púrpura

sussurro-te ao ouvido um poema do cego Borges

(o cego Jorge Luis Borges,

servo na Babilónia e invisível na Lua).

 

no camiseiro de mogno as fotografias

e aquele teu amuleto pequenino — o menino pobre de joelhos

a rezar.

 

e as pétalas — labirínticos afectos nos bilhetinhos colados

na cabeceira da cama.

 

e as sombras, os espelhos, os filhos, os bichos

e as coisas (tantas coisas!).

 

aonde nos voltaremos todos a encontrar?

 

 

 

 

_______

Título: a reserva de Mallarmé

Edição: GALÁPAGOS, Fábrica de Poesia

Formato: 14,9 x 21,6 cm

Número de páginas: 48

Depósito Legal 368003/13

ISBN 978-989-20-4378-4

Preço: 10 euros *

* Edição especial numerada e assinada pelo autor: 20 euros

 

 

 

Pedidos a mail@anterodealda.com

 

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