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  Post 077 -  Abril de 2012  

 

foto: Carlos Vilela 2010

 

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[ revolução II ]

para onde nos levam...

                                                           

«Vem por aqui» — dizem-me alguns com os           

                                                                    olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros

De que seria bom que eu os ouvisse

Quando me dizem: «vem por aqui!»

Eu olho-os com olhos lassos,

(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)

E cruzo os braços,

E nunca vou por ali...

JOSÉ RÉGIO

Cântico Negro

 

 

É Abril outra vez.

38 anos depois da Revolução [1974], vivo entusiasmado com a esperança de ver um dia destes o povo tomar de assalto o Parlamento, a PT e a EDP, a GALP, a Brisa, a Lusoponte, os hospitais público-privados...

Mas, lá no fundo, sei que (como dizem que disse Saint-Just) «quem faz meia revolução cava a sua própria sepultura.»

 

 

 

 

foto EDUARDO GAGEIRO Abril de 1974.

 

 

 

 

retrato dos dias ao avesso

1. The drunken bicycle

 

Frank Ward é um consagrado fotógrafo norte-americano, nascido em 1949, professor no departamento de artes visuais do Holyoke Community College, em Massachusetts. Desde 2005, tem viajado com regularidade pela Rússia, Ucrânia, Uzbequistão, Tajiquistão e outros países do Leste em busca dos sinais das mudanças ali operadas após a Perestroika. Conta que, certo dia, numa praça de uma cidade na Sibéria, encontrou um homem que alugava a sua bicicleta aos turistas para pequenos passeios. Como ele diz, tratava-se de uma bicicleta bêbada («the drunken bicycle»), porque sempre que rodava o volante para a direita ela andava para a esquerda e sempre que rodava o volante para a esquerda ela virava à direita... O homem da bicicleta garantia que era fácil andar sobre ela, mas arriscava oferecer cerveja a quem conseguisse aguentar-se alguns metros sem cair...

«The drunken bicycle» é uma metáfora sobre a vida nos países da antiga União Soviética, balançando entre as inúmeras possibilidades de mudança e o poderoso 'status' social. E enquanto os turistas registam com um sorriso o retrato de Putin numa enorme carpete à venda em Irkutsk, na Sibéria, ou uma pintura de Marilyn numa parede de Vladivostok, junto à fronteira norte-coreana, os habitantes locais experimentam as contradições de um tempo em mudança, que é simultaneamente um tempo de paixão e de dor.

 

 

 

retrato dos dia ao avesso

2. Winterground

 

Thatcher Cook (Thatcher Hullerman Cook) é outro fotógrafo norte-americano, que reparte a sua principal residência entre Westbrook, no Maine, perto da fronteira com o Canadá, e Nova Iorque. Da sua larga experiência de viajante conta que no Azerbaijão conheceu um lugar a que chamavam "Winterground", para onde os pastores se deslocavam todos os invernos com o gado. A partir de 1990, quando estalou a guerra com a Arménia, os pastores foram impedidos de regressar às suas casas em Nagorno-Karabakh e passaram a viver definitivamente no "Winterground", em residências rudimentares muitas vezes cavadas no chão e cobertas com arbustos. Muitas das fotografias de Thatcher Cook reflectem também esta fábula moderna de pessoas que em diferentes lugares do mundo vivem suspensas num tempo e num território que não é o seu...

 

[ revolução I ] aonde nos prendem...

 

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«Ó Portugal, se fosses só três sílabas, / Linda vista para o mar (...) / Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos, / rendeiras de Viana, toureiros da Golegã, / não há "papo-de-anjo" que seja o meu derriço, / galo que cante a cores na minha prateleira, / alvura arrendada para o meu devaneio, / bandarilha que possa enfeitar-me o cachaço. / Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo, / golpe até ao osso, fome sem entretém, / perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes, / rocim engraxado, / feira cabisbaixa, / meu remorso, / meu remorso de todos nós...» ALEXANDRE O'NEILL

 

 

 

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que estão frequentemente em casa todos ao mesmo tempo.

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