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HISTÓRIAS DO SAGRADO E DO PROFANO
Histórias do sagrado e do profano
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HÁ FESTA NA ALDEIA!
Podem proibir o povo de andar de TGV, de pôr os pés nos campos de golfe, de ouvir Sokolov na Casa da Música ou de dar um passeio no Douro num cruzeiro de luxo, mas ninguém pode proibir o povo de ir à missa, rezar a Nossa Senhora da Aparecida ou ver a banda a passar à frente da porta da igreja. Ainda que, para lá das cabeças, das pernas e dos intestinos de cera oferecidos à santa, o povo venha aqui mais para ver setenta homens a carregar um andor de 20 metros, o maior do mundo — dizem —, digno de figurar no livro do Guinness! Afinal, pensem o que quiserem e digam o que disserem, mesmo sem dinheiro o povo também tem direito ao seu ridículo...
SENHORA DA APARECIDA Torno, Lousada Agosto 2009.
FESTA DAS CRUZES {Procissão da Santa Cruz} Barcelos
FESTA DAS CRUZES {Procissão da Santa Cruz} Barcelos
FESTA DAS CRUZES {Batalha das Flores} Barcelos
FESTA DAS CRUZES {Batalha das Flores} Barcelos
FESTA DOS TABULEIROS Tomar
FESTA DOS TABULEIROS Tomar
FESTA DOS TABULEIROS Tomar
BUGIOS E MOURISQUEIROS Sobrado, Valongo
BUGIOS E MOURISQUEIROS Sobrado, Valongo
BUGIOS E MOURISQUEIROS Sobrado, Valongo
NOSSA SENHORA DA AGONIA Viana do Castelo
NOSSA SENHORA DO MONTE Cerdedo, Barroso
NOSSA SENHORA DO MONTE Cerdedo, Barroso
S. GONÇALO: FESTAS DO JUNHO Amarante
SEMANA SANTA Braga
SEMANA SANTA Braga
SEMANA SANTA Braga
SEMANA SANTA Braga
SEMANA SANTA Braga
SEMANA SANTA Braga
NOSSA SENHORA DA AFLIÇÃO Branzelo, Gondomar
NOSSA SENHORA DA APARECIDA Torno, Lousada
NOSSA SENHORA DA APARECIDA Torno, Lousada
NOSSA SENHORA DA APARECIDA Torno, Lousada
NOSSA SENHORA DA APARECIDA Torno, Lousada
NOSSA SENHORA DA APARECIDA Torno, Lousada
NOSSA SENHORA DA APARECIDA Torno, Lousada
SANTA ANA Alturas do Barroso, Boticas
S. BARTOLOMEU DO MAR Mar, Esposende
S. BARTOLOMEU DO MAR Mar, Esposende
S. BARTOLOMEU DO MAR Mar, Esposende
S. BARTOLOMEU DO MAR Mar, Esposende
NOSSA SENHORA DA PENA Mouçós, Vila Real
A FESTA DOS RAPAZES Constantim, Miranda do Douro
Em Cerdedo, a poucos quilómetros das Alturas do Barroso, o povo junta-se todos os anos numa pequena capela no meio da serra, prometendo grande devoção em honra de Nossa Senhora do Monte, que em toda a região tem fama de aceder às preces mais íntimas. Findas as obrigações divinas, segue-se o almoço com os grupos de gente espalhados debaixo das árvores, por entre os morros de pedra. Na feira improvisada vende-se roupas, frutas e bugigangas, e há ainda as barracas de comes e bebes para os mais resistentes. A festa prolonga-se com danças e cantares até ao pôr-do-sol.
Em S. Bartolomeu do Mar as crianças sacrificam um 'pito' preto e são mergulhadas três vezes nas águas do oceano para afastar os males da epilepsia e gaguez. Para não perderem os benefícios do santo e o gozo da festa, muitos romeiros chegam no dia anterior e pernoitam ali em tendas montadas nas dunas.
No lugar de Torno, em Lousada (Penafiel), é Nossa Senhora da Aparecida que cumpre com o dom de curar as maleitas das pernas e em cuja devoção faz parte um andor com fama de ser o mais alto do país. Tal como na Senhora da Pena, em Mouçós, Vila Real, cuja façanha tem honras de figurar no Guinness Book — o famoso livro de recordes mundiais.
Em Amarante celebra-se o S. Gonçalo, conhecido por santo milagreiro, folgazão e casamenteiro das velhas. Mulher solteira que entre na igreja e não puxe no cordão do santo corre o risco de nunca casar...
Todas estas romarias juntam, ano após ano, milhares de pessoas, e nelas subsistem ainda maravilhosos ritos do sagrado e do profano que se misturam e se completam num imaginário expressivo de fé e tradição.
Prova disto é a Festa dos Rapazes, em Constantim (Miranda do Douro). Aqui, depois de vários dias de folia típica das celebrações do Carnaval de Inverno, e no fim duma manhã de perseguição às filhas virgens da terra, a gaita de foles soa com um
Lhaço divino dentro do lugar santo para
abrilhantar a missa. E no fim da procissão,
mesmo ali, em frente da igreja, dançam os
pauliteiros e o casal de mascarados ensaia sem
pudor os tradicionais gestos de acasalamento...
FESTA DAS CRUZES
Barcelos

Conta a história que no início do século XVI,
mais exactamente na manhã do dia 20 de Dezembro
de 1504, um pobre sapateiro, de seu nome João
Pires, regressava da missa da Ermida do Salvador
e encontrou no lugar do campo da feira uma cruz
negra que milagrosamente crescia das profundezas
da terra. O lugar, aonde rapidamente acorreu o
povo e depois muitos peregrinos do norte de
Portugal e da Galiza, ficou a ser também
conhecido por Campo das Cruzes. Ali foi logo
implantado um cruzeiro de pedra, mais tarde um
pequeno convento de planta quadrada, e
finalmente, em 1705, foi dado início às obras da
actual Igreja do Bom Jesus da Cruz, onde se
concentram ainda hoje as principais cerimónias
da famosa Festa das Cruzes, uma das primeiras
grandes romarias do Minho.
Como é da tradição, aqui se reúnem pacificamente
o profano e o sagrado, como nos exemplos da
Batalha das Flores, a colorida parada agrícola
que simboliza a celebração da Primavera, e a grandiosa Procissão da
Invenção da Santa Cruz, onde seguem os símbolos
quaresmais de cada uma das 89 antigas freguesias da
cidade.
FESTA DOS TABULEIROS OU DO ESPÍRITO SANTO
Tomar

Em homenagem à antiga matriarca Ceres (a deusa
romana dos cereais e das colheitas), realiza-se
na cidade de Tomar, desde tempos ancestrais, a
Festa dos Tabuleiros. O ritual pagão ganhou
carácter religioso no século XIV, por
intervenção da Rainha Santa Isabel, que
instituiu o culto ao Divino Espírito Santo e a
tradicional distribuição do bodo pelos pobres (a
"Pêza": carne, pão e vinho, porque os dons de
Deus — frutos da terra e dos rebanhos — são para
todos).
Centenas de raparigas e mulheres (684 em 2015)
desfilam com os seus namorados, maridos, pais ou
padrinhos, carregando os tabuleiros à cabeça.
Cada tabuleiro transporta trinta pães, generosos
de 400 gramas, e papoilas, rosas, malmequeres, espigas de milho... espetados em
cinco ou seis canas suspensas em cestos de verga
decorados com panos de linho bordado à mão e rematados por uma coroa com a pomba
branca do Espírito Santo ou a Cruz de Cristo. Em
tempos, eram
da altura de cada rapariga que os transportava e
ainda hoje chegam a pesar mais de dez quilos!
Na tarde do segundo domingo de Julho, depois das
cerimónias da eucaristia e da bênção pelo Bispo
de Santarém, à terceira badalada do sino da
igreja de S. João Baptista os tabuleiros
erguem-se, todos de uma só vez, num
impressionante espectáculo do cor.
Devido à sua complexidade e ao elevado número de
pessoas envolvidas nas diversas cerimónias
(a Procissão das Coroas, o Cortejo dos Rapazes,
o Cortejo dos Mordomos ou dos Bois do Espírito
Santo, o grande desfile dos Tabuleiros que sai
da Mata dos Sete Montes e a "Pêza"...), a festa
realiza-se apenas de quatro em quatro anos.
As casas e as ruas da cidade são ornamentadas
com milhões de flores de papel, laboriosamente
confeccionadas ao longo de vários meses pelos
moradores.
NOIVAS, SENHORAS E LAVRADEIRAS DO MINHO
Viana do
Castelo

(...) Em pouco tempo juntam-se centenas de raparigas e senhoras de vistosos trajes à Vianesa, e logo passeiam pelas ruas da cidade para se apresentarem ao povo e para os habituais cumprimentos às autoridades. Fecha a banda filarmónica da Sociedade Bingre Canelense
com o hino da Amália: «Ó meu amor de
algum dia...»
Os
desfiles das mordomias de Viana são espectáculos
generosos de se ver, só comparáveis com os
melhores quadros da Criação.
Noivas, Senhoras e Lavradeiras do Minho
S. JOÃO: BUGIOS E MOURISQUEIROS
Sobrado, Valongo

Em Sobrado,
Valongo, é famosa a batalha entre cristãos
(bugios) e muçulmanos (mourisqueiros), durante
as festas em honra de S. João Batista, a 24 de
Junho. Dum lado, largas centenas de bugios,
entre homens, mulheres e crianças, mascarados e
vestidos com roupas coloridas e chefiados pelo
"Velho". Do outro lado, algumas dezenas de mourisqueiros, um exército de rapazes solteiros
comandados pelo "Reimoeiro".
Logo pela manhã, cada grupo reúne-se
em casa do seu líder para a Dança da
Apresentação.
Pela hora do
almoço, os mourisqueiros invadem a igreja e
roubam a imagem do padroeiro, transportando-a na
procissão. Mais tarde, os dois grupos ocupam as
suas posições nos respectivos castelos e a banda
filarmónica entoa a Marcha de S. João.
Após várias negociações, a batalha é inevitável.
Os mourisqueiros invadem o castelo dos bugios e
sequestram o "Velho"... Então, um milagre
acontece: subitamente, vindo não se sabe de
onde, surge a "Serpe" (uma espécie de dragão, ou
serpente gigante) para ajudar os cristãos a
libertar o seu chefe.
A festa termina com bugios e mourisqueiros
dançando, cada um no seu lado, a Dança do Santo.
SEMANA SANTA
Braga

As mais importantes celebrações da Semana Santa em Portugal realizam-se em Braga, a cidade dos arcebispos.
Dos oito dias comemorativos, desde a transladação do Senhor dos Passos até à Missa de Aleluia e a visita pascal, destacam-se os rituais da Sexta-Feira Santa: a veneração do Senhor morto e a Procissão do Enterro.
À tarde, celebra-se a Paixão e a Morte de
Cristo. Segue-se a dramática Procissão Teofórica,
que transporta o esquife sob as escuras naves da
Catedral. O Senhor morto é deposto e venerado.
À noite, a Procissão do Enterro. Ornamentam-na
três únicos andores: o esquife do Senhor Morto,
a Senhora das Dores e a Santa Cruz, acompanhados
pelas Irmandades da Misericórdia e de Santa Cruz
e pelas autoridades civis e militares. Os
Confrades vão de cabeça coberta e o "Farricocos"
(que tanto podem ser penitentes, descalços e
vestidos de negro, ou caciques inquisidores
encapuçados) levam fogaréus com pinhas a arder e
matracas. É ensurdecedor o barulho dos ferros
das bandeiras e dos estandartes arrastando-se
pelo chão.
A cerimónia do lava-pés, a missa da Ceia do
Senhor e as procissões da Burrinha e do Senhor "Ecce-Homo"
(entre Quarta e Quinta-Feira Santas) completam o
quadro religioso de grande intensidade
dramática.
Finalmente, no Domingo de Páscoa celebra-se a
Ressurreição do Senhor e a cruz é levada de casa
em casa para ser beijada pelas famílias cristãs.
"SEMANA SANTA — PROCISSÃO DO ENTERRO DO SENHOR", Braga.
17 ABR 2011 1'04''
NOSSA SENHORA DA AFLIÇÃO
Branzelo, Gondomar

Reza a lenda que, certo dia, uma embarcação que se encontrava no Douro salvou-se de um naufrágio eminente. Por essa razão terá sido edificada pelos embarcadiços, nos anos de 1882 e 1883, esta ermida particular em honra de Nossa Senhora da Aflição.
NOSSA SENHORA DO MONTE
Cerdedo, Barroso

Em Cerdedo, a poucos quilómetros das Alturas do Barroso, o povo junta-se todos os anos numa pequena capela no meio da serra, prometendo grande devoção em honra de Nossa Senhora do Monte, que em toda a região tem fama de aceder às preces mais íntimas...
"NOSSA SENHORA DO MONTE", Cerdedo, Boticas, Chaves.
8 SET 2012 1'00''
Dinheiro do vento...
NOSSA SENHORA DA APARECIDA
Torno, Lousada

70 homens carregam aquele que acreditam ser o maior andor religioso do país, com cerca de 18 metros de altura, em honra de Nossa Senhora da Conceição e sacrifício a Nossa Senhora da Aparecida, que se revelou nos despojos de um velho eremita que viveu numa gruta no lugar de Torno, Lousada. O episódio da revelação deu-se por volta de 1823, após estranhos sinais que chegavam dos céus. Desde então a Aparecida é local especial de culto, de crianças e velhos, dos mais humildes aos mais abastados. Antigamente ofereciam-lhe anéis, brincos e cordões em ouro em troca da cura de todos os males, especialmente das doenças das pernas. Hoje sacrificam-se círios em troca duma gravura da Santa que fornece saúde aos que dela mais necessitam.
NOSSA SENHORA DA PENA
Mouçós, Vila Real

Domingo, 9 de Setembro de 2007. Na devoção a Nossa Senhora da Pena, em Mouçós, Vila Real, o mesmo de todas as grandes romarias: os santos e os pastorinhos, as bandas de música, a missa cantada, os cromos da Santa por uma moeda, as barracas de comidas e bebidas, os palcos para as bandas de rock… Na imensa área de pinhal reúnem-se cerca de 25 mil pessoas para assistir à passagem do maior andor do país, catapultado aos céus por uma enorme grua. O episódio parece suplantar o caso de Nossa Senhora da Aparecida, de Lousada, em nome de uma inscrição no Guinness.
S. BARTOLOMEU DO MAR
Mar, Esposende

Todos os anos, a 24 de Agosto, tem lugar em S. Bartolomeu do Mar, Esposende, uma grande romaria que traz devotos à praia para o banho santo. A tradição impõe que se passe por debaixo do andor do Santo, e depois, com um pito (frango) negro ao colo, se dê 3, 5 ou 7 voltas (sempre número ímpar) à igreja. Por fim, pais ou banhistas contratados pegam nas crianças ao colo e mergulham-nas, o mesmo número de vezes, nas águas do mar para afugentar os males da gota, epilepsia e gaguez.
S. BARTOLOMEU
Mar, Esposende
3'50' AGO 2008
S. GONÇALO: FESTAS DO JUNHO
Amarante

Em Amarante as Festas do Junho são dedicadas a S. Gonçalo. Monge disputado entre beneditinos e dominicanos, é adorado pelo povo e conhecido como casamenteiro das velhas, milagreiro e folgazão. A festa dura três dias e três noites. Começa e acaba com uma salva de morteiros e uma arruada de tambores. Rapariga solteira que venha às festas do Junho e não entre na igreja para puxar no cordão do santo corre o risco de nunca casar...
Mil vidas tem S. Gonçalo
Filmes
A FESTA DOS RAPAZES
Constantim, Miranda do Douro

Já foi o Natal! De 27 para 28 de Dezembro correu uma noite de folia em honra de S. João Evangelista, padroeiro da freguesia. Os rapazes, ávidos de gozação, estipularam o dia em volta da gigantesca fogueira que ainda fumega no largo do lugar. Assim, logo pela madrugada, vestem o carocho com uma máscara de couro, um rosário de carretos de linhas, já vazios, pelo pescoço e um enorme garfo de madeira que há-de recolher os salpicões ou fazer tropeçar as raparigas da aldeia. Juntam-se-lhes velhos gaiteiros, tocadores de bombo e de
fraita (flauta pastoril, cinzelada na madeira) e os dançadores com seus chapéus decorados com rosas: os
Pauliteiros de Constantim!
A Festa dos Rapazes
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