BIO
Dados biográficos

Antero de Alda nasceu em 1961.
Formado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto,
é mestre em Tecnologias pela Universidade do Minho.
Vive e trabalha em Amarante.

Situado entre o experimentalismo semiótico e alguma iconografia lírica documental, colaborou desde 1981 em diversas publicações da especialidade, de que se destacam «Poemografias» (ed. Ulmeiro), «Mappe Dell’Immaginario» (ed. Il Campo, Itália), «Postextual» (México), «DOC(K)S» (França), «Antologia da Poesia Experimental Portuguesa» (ed. Angelus Novus) e «Grammavisual» (Espanha).
Desde 2005, dedica-se também à Fotografia.
Trabalhos seus estão dispersos em diferentes países como Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, EUA, França, Holanda, Itália, México e Polónia.
Está representado no Centro de Estudos Informáticos da Universidade Fernando Pessoa, do Porto, e no Museum of Computer Art da University of New York State, USA.
Livros publicados:
memória de hibakusha e outros poemas Ed. AJHLP, 1986
(Poesia)
O Século C.N.A. Ed. GALÁPAGOS Fábrica de Poesia, 1999
(Poesia)
a reserva de Mallarmé Ed. GALÁPAGOS Fábrica de Poesia, 2013
(Poesia)
EUROPA - fuck you! Ed. GALÁPAGOS Fábrica de Poesia, 2014
(Poesia)
Mil vidas tem S. Gonçalo Ed. GALÁPAGOS Fábrica de Poesia, 2014 (Fotografia)
Retratos & transfigurações Ed. GALÁPAGOS Fábrica de Poesia, 2015 (Fotografia)
oceanografias Ed. GALÁPAGOS Fábrica de Poesia, 2016
(Poesia)
Estudos da obra

«Antero de Alda tem aberto recentemente
caminhos novos no que diz respeito à poesia
animada por computador, introduzindo várias
técnicas de interacção e multimedialidade nos
seus trabalhos, através de programação em
Javascript e em Flash.»
RUI TORRES, Poesia Experimental e Ciberliteratura.
CETIC-Universidade Fernando Pessoa, Porto.
Documento
[ p. 8 ]
Ver ainda:
RUI TORRES, Poesia Experimental Portuguesa: Contextos, Ensaios, Entrevistas, Metodologias.
Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2014.
«Este livro contém alguns dos resultados do projecto ‘PO.EX’70-80 - Arquivo Digital da Literatura Experimental Portuguesa’, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia com fundos da União Europeia com a Referência PTDC/CLE-LLI/098270/2008, o qual teve como Investigador Responsável Rui Torres, e como Instituição Proponente a Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa (FECFP). Teve Início a 01-03-2010 e terminou em 28-02-2013. O Arquivo Digital da Literatura Experimental Portuguesa está disponível em
http://www.po-ex.net.»

Documento
[ pp. 2, 83-100 ]
«His art is shamelessly and brilliantly avant-garde.
It is compounded of poetry, sound and movement, and may be categorized as programming art or web art. It relies heavily on JavaScript and Flash. It is not conventional digital art by any means but it is certainly digital art with a difference.»
DON ARCHER, Museum of Computer Art, EUA.

«Nečetné pokusy o animovanou poezii se v českém
prostředí vyčerpaly ještě před sklonkem dvacátého století.
V následujícím období, v němž začala dominovat
fl ashová technologie animací (či ještě později animace
vytvářené v jazyce Processing), už de facto nikdo z českých
básníků o experimentální kombinaci textu a digitální
animace neprojevil zájem. Efekty těchto novějších
animačních technologií můžeme sledovat například na
Scriptpoemas, které Antero de Alda zveřejňuje od roku
2005 na svém webu anterodealda.com... Za jedinou českou výjimku snad lze považovat výtvarníka
Jiřího Černického, který v letech 2005-2007 vytvořil
cyklus videí ABS...»
Nos finais do século XX a poesia animada
checa é pouco representativa. Mesmo nos anos seguintes, quando surgiu a poesia
digital e em flash, o interesse por esta nova linguagem foi insignificante. Um modelo das recentes tecnologias de animação textual pode ser
observado nos Scriptpoemas de Antero de Alda, publicados desde 2005 no seu site anterodealda.com.
Na República Checa, a única excepção é o caso de Jiřího Černického,
que criou entre 2005 e 2007 uma sequência de vídeo textual (http://cernicky.com/cs/abs-video/train-station)... 11.02.2017
KAREL PIORECKÝ
Elektronická
literatura
v Čechách
a na Moravě - como aconteceu, ou nada aconteceu? Instituto de Literatura Checa,
Praga.
Documento
[ p. 3 de 6 ]
«A new generation of Portuguese poets came along at the biginning of the 1980s, and Poemografias (Aguiar and Pestana 1985) is their point of departure. Fernando Aguiar is perhaps the most prolific of all. No only in terms of following the inter-artistic context developed and proposed by older poets, but also because he organizes, represents and disseminates important activities of concrete, visual and sound poetry for the last twenty years in Portugal and in the rest of the world. Other important contemporary authors include Alberto Pimenta, Antero de Alda, António Barros, Silvestre Pestana and Emerenciano.»
RUI TORRES
Concrete Poetry in Portugal - Experimentalism and Intermediality
Poetica: An International Journal of Linguistic-Literary Studies, Tóquio, Japão.
Documento
[ pp. 11-12 ]
«Também um núcleo de poetas experimentais que se começaram a afirmar depois de 1980 com a publicação da antologia documental POEMOGRAFIAS, Perspectivas da Poesia Visual Portuguesa, reaparece com grande força inventiva, fora dos circuitos da arte comerciável e das galerias venais, realizando exposições e eventos, ao mesmo tempo dialogando tanto com os primeiros experimentalistas ainda ativos, como com os novos poetas possivelmente emergentes. São eles, António Barros, Silvestre Pestana, Fernando Aguiar, Manuel Portela, António Nelos, Antero de Alda e outros, tendo como base, Coimbra (Casa da Escrita) Porto, Vila
Nova de Cerveira (Bienal) no Norte de Portugal, mas também em Lisboa com Fernando Aguiar. Todos têm vasto currículo internacional nas vias alternativas e, repito, não comerciais, o que é certamente muito significativo de uma postura de crítica desalienante, realizada através do seu original trabalho poético.»
ERNESTO MELO E CASTRO
Entrevista: E. M. de Melo e Castro, por Ana Cristina Joaquim. Revista
Desassossego, Universidade de S. Paulo, Brasil (nº 9, Junho 2013).
Documento
[ p. 8 ]
«Quando um artista contemporâneo utiliza um computador para fazer arte, ele apenas se torna um novo elo nessa enormíssima corrente dos artistas inventores que sempre usaram os instrumentos mais avançados do seu tempo para produzir novos objetos que sinalizem e signifiquem algo diferente e intrínseco à sua própria vida e que só ele pode fazer. É isso que eu
[Ernesto Melo e Castro] e tantos outros artistas, como os portugueses Silvestre Pestana e Antero de Alda (...), vimos fazendo desde o fim do século XX até este nosso contemporâneo viver.»
ERNESTO MELO E CASTRO
Entrevista: Uma conversa com E. M. de Melo e Castro, por Claudio Daniel. Revista
ZUNÁI, Brasil (vol. 3, nº 1, Junho 2006).
Documento
[ p. 10 ]
«(...) A produção bibliográfica e visual de Alda se situa no contexto histórico e literário atual. Com isso, através do uso da arte e da literatura, ele denuncia e critica as mazelas presentes na sociedade. A partir da análise da obra de Alda, observa-se que o poeta critica a fragmentação da sociedade, que acarreta diretamente a individualização do homem perante o social. Assim, usando-se de antíteses, de sinestesia e raciocínio engenhoso, características da estética barroca, Alda chama a atenção para problemas atuais, como o individualismo e a alienação, e interage com o leitor ao fazer perguntas que o levam a pensar sobre as incertezas da vida. Dessa forma conclui-se que na poesia contemporânea de Antero de Alda, dotada de todas as características da ciberpoesia, existem notáveis ecos do Barroco do século XVII.»
BRUNA MESSIAS DE OLIVEIRA, HEVELLYN CRISTINE RODRIGUES GANZAROLI, KÉSIA ALVES DA
SILVA, LEONARDO JOSÉ RODRIGUES, NÁDIA VIEIRA SIMÃO, PÂMELA NATIELE PEREIRA
BISPO, VIVIANE ELLEN ARAÚJO PEREIRA e
DÉBORA CRISTINA SANTOS E SILVA
Ecos do Barroco na Ciberpoesia Contemporânea de Antero de Alda
SEPE — Seminário de Pesquisa, Pós-Graduação, Ensino e Extensão do CCSEH, 2016
Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ p. 1 e sgts. ]
«Algumas criações da poesia visual e concreta brasileira, além dos experimentalismos formais dos poetas portugueses, em que a interação de linguagens compõe, em estruturas de tendência ideogramática, novas formas e fatos estéticos do poema, apontam para a ruptura dos processos tradicionais e conservadores de composição poética. Como exemplos, temos as produções visuais do poeta Antero de Alda como “Vocabulário de Inverno”.»
DÉBORA CRISTINA SANTOS E SILVA
PO-EX 70/80 — Arquivo Digital da Literatura Portuguesa: da Poesia Sonora e
Visual à Ciberliteratura
PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil.
Documento
[ pp. 8-14 ]
«O advento das tecnologias digitais tem provocado mudanças nas relações sociais, o que precisa ser melhor entendido, já que tais mudanças implicam significativas alterações na produção e recepção de qualquer texto, e especialmente da literatura. E essa é a razão porque escolhemos a ciberpoesia como corpus de nossas pesquisas e o webblog como espaço de exercício da escrita criativa para a educação estética e a formação do leitor. Nesse contexto, focalizamos as produções de dois webpoetas
portugueses, Antero de Alda, que constrói sua obra, na tessitura do ciberespaço, por meio de criações híbridas e multissemióticas, explorando a interação de linguagem e a convergência de mídias, e Rui Torres, cujo blog de elaboração de poemas digitais por meio de motores textuais, o Poemário, instiga o utente/leitor a uma construção colaborativa autor-máquina-leitor, numa experiência verdadeiramente simbiótica de criação.»
DÉBORA CRISTINA SANTOS E SILVA
Interfaces da Leitura em Hipermídia:
Poesia e Escrita Criativa na Cibercultura
Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ pp. 2-7 ]
«(...) No campo da criação eletrónica, deve-se ter em conta
o percurso de Antero de Alda, numa linha continuadora da sua poesia visual dos
anos 80 (o seu trabalho aparece em Poemografias), remediada no suporte digital
na série cinética Gifpoemas (2003-), mas encontrando já as possibilidades
expansivas da poética hipermédia programada nas séries Flashpoemas (2004-) e
Scriptpoemas (2005-). Esta e, sobretudo, as mais recentes, criadas em
JavaScript, contêm dezenas de poemas que abordam revisões críticas e irónicas
da história da humanidade e do contexto político português e internacional.»
ÁLVARO SEIÇA
Um feixe luminoso: uma leitura da coleção de literatura eletrónica portuguesa
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.
Documento
[ pp. 7-22 ]
«Pode-se afirmar que todos os poemas de Antero de Alda (...) seguem a linha da poesia visual que se vale de recursos de programação para existir.
Portanto, não há dúvidas sobre a intenção do poeta de produzir textos em um computador para
serem lidos em um computador. Justamente por serem textos digitais, se utilizam de recursos
intermidiáticos. Como na poesia concreta, o poema eletrônico de Antero de Alda faz da poesia o
objeto textual, fazendo com que a estrutura do texto também seja objeto de poesia e parte
imprescindível na compreensão do poema. Entretanto, há diferenças que separam os textos, uma
vez que os poemas concretos não se utilizam de recursos intermídias.»
ELAINE CRISTINA CARVALHO DUARTE
Novos paradigmas da literatura: uma
leitura sobre a poesia na era do
texto digital
Instituto de Letras da Universidade de Brasília, Brasil.
Documento
[ pp. 167-192 ]
«Antero de Alda is the author of Scriptpoemas (Scriptpoems, 2005), an
ongoing series of kinetic texts based on recursive explorations of animation
techniques using ActionScript and JavaScript. (...) His digital remediations of
visual texts on paper show how collages and visual texts already accommodated
the kind of intermediality that digital codes have encouraged. Each of the
scriptpoemas is a short looping sequence, usually accompanied by a musical
soundtrack. The word poem, which is used in the eighty-one titles of this
sequence, turns visual self-reference into a major signifying layer of these
works. Iconic self-similarity is presented as a catalog of multimedia and
animation tropes of scripted texts that illustrate expressive possibilities of
the program tools.»
MANUEL PORTELA
Scripting Reading
Motions: The Codex and the Computer
as Self-Reflexive Machines
MIT Press, Cambridge MA, EUA, 2013.
[ p. 178
- Chapter 4 ]
«Em Poema em código, da série Scriptpoemas
(2005), concebida e em expansão por Antero
de Alda, deparamo-nos com uma superfície
dividida em duas metades: do lado direito
podemos ver uma sequência de linhas de
código informático; do lado esquerdo surgem
fragmentos pormenorizados dessas mesmas
linhas, por baixo da frase “pode ser perigoso
descodificar o poema”. Na leitura que Portela
faz do poema de Antero de Alda, o que o autor
faz é colocar perante o/a leitor(a) a "double
articulation of high-level programmable signs
as half-human and half-cybernetic, and with
the poem itself as a coded and enigmatic
device that refunctionalizes the uses of
discourse" (181) Assim, num mesmo espaço,
são representadas a escrita da máquina e a
leitura da máquina...»
BRUNO MINISTRO
Portela, M. (2013). Scripting Reading
Motions: The Codex and the Computer
as Self-Reflexive Machines. [recensão crítica]
Universidade Fernando Pessoa, Porto.
Documento
[ pp. 16-17 ]
«(...) No poema digital, a relação interativa entre cinetismo e signos verbais pode
produzir sentidos metafóricos, em uma perspectiva dos multiletramentos. Tais sentidos podem
ser expandidos de forma vultosa caso no poema sejam também explorados recursos visuais e
sonoros, como se observa nas produções de Antero de Alda. Portanto, torna-se
imprescindível a presença de leitores capazes de interagir com tais produções, que se
configuram como formas de expressão e de comunicação, pois se a poesia impressa é
considerada uma forma e expressão artística e de representar culturas, a poesia digital surge
como um elemento capaz de estimular estudos sobre a relação entre as novas tecnologias, a
cultura e a linguagem.»
NARA RÚBIA XAVIER, ANA CRISTINA LUIZA SOUZA e DÉBORA SILVA
Poesia Digital e Multiletramento na Cibercultura
Universidade Estadual de Goiás & Universidade Católica do Paraná, Brasil.
Documento
[ pp. 8-13 ]
«Há outra hipertextualidade numa construção virtual em terceira dimensão: o uso da
teoria da informação e do cálculo de probabilidade permite a modificação da sintaxe usual das
palavras para produzir a não linearidade ou hipertextualidade numa poesia que passa a ser
denominada de virtual. O exemplo surge no "Poema à Janela", de Antero de Alda.
(...) A assimilação dos procedimentos das diversas artes permitiu que a poesia se
transformasse; a princípio, evocadora de sons, de imagens; hoje, um produto híbrido capaz de
produzir novos significados. De igual forma, a tecnologia ofereceu algumas realizações não
possíveis anteriormente, mas igualmente imaginadas.»
MAURICIO DOS REIS BRASÃO
Poética no Ciberespaço
UNIPAC/Faculdade de Educação e Estudos Sociais de Uberlândia, Brasil.
Documento
[ pp. 5-10 ]
«Para Rudiger (2013), a cibercultura constitui-se o espaço em que se manifestam as práticas e representações que se desenvolvem com o avanço da vida cotidiana, marcada pelas novas tecnologias da comunicação e da informação. Dentro desse contexto, em sua obra,
[Antero de] Alda reflete, de forma interativa e crítica, sobre o fazer poético, procedendo a variadas experimentações estéticas em hipermídias, além de tratar das principais questões que envolvem o homem contemporâneo, em meio à liquidez da vida moderna.»
ALESSANDRA ALMEIDA SANTOS (com MAURÍCIO GABRIEL SANTOS & DÉBORA SILVA)
Interação de Linguagens e Convergências de Mídeas nas Poéticas Contemporâneas
Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ pp. 161 e sgts. ]
«No poema de Antero de Alda ["Vocabulário de Inverno"], a palavra está muda, a configuração imagética
domina a obra, rompendo com a palavra, tornando-a muda e traduzindo a
comunicação por signos figurativos próprios de um tempo de introspecção,
isolamento e frialdade...»
SUZANA PAGOT
Poesia na rede: a palavra no meio do caminho de um território mutante
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.
Documento
[ p. 48 ]
«Poemas visuais históricos, de Antero de Alda, de Portugal. Descrição: O poema escolhido é “Iconografia de um país de cócoras”. É um foto-poema, retratando uma latrina primitiva, resumida a um buraco no chão e duas sapatas para apoiar os pés. A fotografia, em preto-e-branco, chama-se “Latrina” e foi tirada no campo de prisioneiros políticos do Tarrafal, Cabo Verde, pelo fotógrafo Miguel Teixeira. Sobre a fotografia lê-se: “Iconografia de um país de cócoras” , com a palavra “cócoras” sobre o buraco. Comentário: O poema de Antero de Alda é fotográfico, como um postal, de significado político. É um poema quase estático. Apenas um sutil detalhe o torna dinâmico e interativo. Ao retirar a seta do mouse de cima da fotografia, a palavra cócoras desaparece. Em seu lugar fica apenas o buraco, sugerindo, é claro...»
LUCIANO RODRIGUES LIMA
O Hipertexto Literário na Internet: Apenas o Poema em Tela ou Uma Nova Arte Verbal Cibernética?
Universidade do Estado da Bahia, Brasil.
Documento
[ pp. 6-7 ]
«E é justamente aí, no domínio da videopoesia, da halo e biopoesia, da hiperficção, da ópera quântica e da LGC
— produções que abrem o espaço de diálogo intermédia — que nos encontramos com autores como E.M. de Melo e Castro, Eduardo Kac, Arnaldo Antunes, Antero de Alda e Pedro Barbosa, integrantes de uma geração (para usar um termo polêmico) que renova o fazer poético, sem medo de aventurar-se ao novo, ao inédito, à ruptura, mas sem perder o respeito à tradição e a tudo de valioso que ela nos legou.»
DÉBORA CRISTINA SANTOS E SILVA
Ensino de Literatura: do Experimentalismo Literário às Poéticas Digitais
Universidade Fernando Pessoa, Porto.
Documento
[ p. 6 ]
«A partir desse momento fecundo de experimentação poética, com o advento de novas tecnologias de comunicação, foram surgindo outras produções ainda mais criativas e dinâmicas: os hologramas, de Augusto de Campos e Eduardo Kac (projetados com laser em 3D), os poemas fonéticos e cinéticos, de Mike Waver, e, com a socialização da Internet, os ciberpoemas, os clip-poemas, os flash e scriptpoemas de Antero de Alda, Rui Torres e Melo e Castro, entre outros. Desde então, o cenário constituído estabeleceria relações novas entre a cibercultura e a poesia lusófona contemporânea, a exemplo das complexas e ricas experiências da poesia surrealista, da concreta, do cubofuturismo, da poesia experimental portuguesa e, mais recentemente, da ciberliteratura.»
DÉBORA CRISTINA SANTOS E SILVA
Textualidades em Mídias Digitais: Estéticas Intermídia e Ciberliteratura
Universidade Federal de Pernambuco, Brasil.
Documento
[ pp. 9-10 e sgts. ]
«(...) Deve-se buscar questões estilísticas como a visualidade, a materialidade e a reversibilidade dos textos em LGC
— Literatura Gerada por Computador —, considerando o suporte, a linguagem, a função do computador como meio semiótico e o recurso hipermédia utilizado no exercício de criar ou recriar a literatura no ciberespaço. Desta forma, trajetórias metodológicas para o recebimento, estudo e produção de literatura virtual devem ser contempladas e elucidadas, atentando a essas particularidades bem como as possíveis textualidades e interfaces do discurso literário em meio digital. Ademais, busca-se contemplar a questão dos multiletramentos, da multimodalidade, do multiculturalismo, da hipermédia presentes em textos como os do poeta Antero de Alda, que têm por escopo incluir os alunos em práticas de leitura para a formação de leitores mais proficientes.»
NARA RÚBIA XAVIER (com NISMÁRIA ALVES DAVID & DÉBORA SILVA)
Ciberliteratura: aplicabilidades da hipermédia nas textualidades do discurso literário em meio digital
Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Universidad Nacional de Córdoba, Espanha (edição).
Documento
[ p. 72 ]
«Antes de apresentar as categorias, vejamos alguns importantes endereços para leituras e pesquisas de poesia digital e uma rápida contextualização sobre o tema: (...) ANTERO DE ALDA, Scriptpoemas. (...) Estamos diante de novos objetos estéticos que representam a passagem da logosfera para a videoesfera, o que representa a existência de novas unidades de significação textual que passam a sistematizar-se numa nova gramática do discurso, com novos paradigmas e novas constituições sintagmáticas, através das mais variadas ações sígnicas, graças à inovação do suporte.»
FLAVIANO MACIEL VIEIRA
Perspectivas de Leitura para Poéticas Digitais
Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.
Documento
[ pp. 4-5 ]
«Pode-se considerar que o ano de 1985, com a edição do livro POEMOGRAFIAS — Perspectivas da Poesia Visual Portuguesa inicia a fase da “poesia visual” (termo que passa a ser comummente utilizado a partir dessa data nas actividades relacionadas com a “poesia experimental”). A antologia, organizada por Fernando Aguiar e por Silvestre Pestana, pretendia ser um ponto da situação da poesia que se estava a produzir na altura e ao mesmo tempo perspectivar teoricamente os caminhos que a poética com um carácter experimental iria percorrer num futuro próximo, na opinião de cada participante. O livro foi assim constituído por depoimentos teóricos e por vários poemas visuais mais ou menos ilustrativos dessa teoria, material praticamente todo inédito de Abílio-José Santos, Alberto Pimenta, Ana Hatherly, Antero de Alda, António Aragão, António Barros, E. M. de Melo e Castro, Fernando Aguiar, José-Alberto Marques, Salette Tavares e Silvestre Pestana. Incluiu ainda os depoimentos do crítico de arte Egídio Álvaro sobre poesia visual e do músico Jorge Lima Barreto, que revelava a preocupação dos organizadores em diluir as barreiras entre as diversas formas de arte.»
FERNANDO AGUIAR
O experimentalismo poético em Portugal
in O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 2006
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil.
Documento [ p. 5 ]
«O poema visual, por caracterizar-se pela valorização da imagem como entidade universal e a palavra, no caso, explorada e colocada de maneira a compor um todo harmônico capaz de permitir ao leitor (...) uma infinidade de leituras, de acordo com o seu conhecimento, experiência de mundo e cultura, é praticada através de inúmeros processos (...). Para iniciar, proponho analisarmos a poesia não verbal de Antero de Alda, Vocabulário de Inverno, 1984, em comparação ao poema concreto de Augusto de Campos Pluvial/Fluvial (1954-1960)...»
FELIPE RISSINGER PEDRON
Poesia Visual: Procedimentos de uma Prática Interdisciplinar
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.
Documento
[ p. 23 ]
«(...) Objetivando analisar a produção eletrônica e hipermídia do poeta português contemporâneo Antero de Alda, buscando, neste, marcas estilísticas que sinalizam o aparato ideológico e simbólico da fluidez social, radicalizada pelo surgimento da cibercultura. Comparativamente, a pintora americana Alyssa Monks relaciona em suas telas pintura e abstração, através de filtros como o vidro, água, vapor, retratando momentos simples de homens e mulheres em contato com algo de natureza fluida e aquosa. Tendo como base esses dois artistas, pretende-se suscitar uma discussão, a partir do arcabouço sociológico, e traçar percursos de análise da interação de linguagens nas poéticas contemporâneas.»
MAURÍCIO GABRIEL SANTOS & DÉBORA SILVA
Antero de Alda e Alyssa Monks: quando a fluidez social se faz arte
Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ pp. 1-3 ]
«Antero de Alda busca apresentar seus cibertextos, como um exercício literário da cibercultura por não manter uma forma fixa e sim por ser fluido, leve e contínuo. Ademais, o autor amplifica abordagens voltadas à produção e à aquisição de conhecimento, considerando as múltiplas semioses do texto digital contemporâneo, estimulando a interatividade textual mediada pela hipermédia. Diante disso, o leitor se depara com novas definições, léxicos, linguagens, gêneros, códigos e modos de escrita e de leitura, além da presença de discursos polifônicos nas infovias do ciberespaço, em que as distâncias são diminuídas e novos exercícios de multiletramento são explorados.»
NARA RÚBIA XAVIER (com DÉBORA SILVA)
Ciberliteratura: escrita criativa, entre o verbal e o virtual
Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ pp. 3-8 ]
«A sociedade do século XXI, moderna líquida, segue o trajeto da fragmentação moderna, compulsiva e contínua, no entanto os sujeitos contemporâneos não são mais tão preocupados com a comunidade, o projeto de racionalização, de emancipação que tinha por finalidade o social.
(...) Os aspectos mencionados da modernidade como: a fragmentação, o dualismo entre caos e ordem, a obsessão por essa última, oposição entre natureza e civilização, a multifuncionalidade das funções, polissemia das tarefas e dos significados e o horror a mistura, bem como os aspectos mencionados da modernidade líquida como: a falta de totalidade, o pessimismo em relação à reflexão social, engajamento na política vida, desejo de experimentação e os receios por suas conseqüências, racionalidade para e pelo individual, descarte do não acomodado, todos esses fatores parecem encontrar lugar na ciberliteratura como se nascesse com ela, ou como se ela nascesse a partir deles.
(...) O ciberpoeta português Antero de Alda em sua poética mostra um engajamento social e político bem evidente na sua página na internet... Seu trabalho com fotografia mostra idosos portugueses em uma realidade abandonada pelo mundo moderno, mesmo que inseridos em sociedade, pessoas que não puderam se reacomodar, não souberam como fazê-lo e foram marginalizados e descartados pela modernidade líquida.»
MAURÍCIO GABRIEL SANTOS, HUGO DE ANDRADE SILVESTRE & DÉBORA SILVA
Representações do individualismo da modernidade líquida na poética de Antero de Alda
Centro Universitário de Anápolis UniEvangélica e Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ pp. 1-18 ]
«Este artigo apresenta os resultados iniciais do projeto A poética de Antero de Alda: representações da pós-modernidade em LGC (Literatura Gerada por Computador), pesquisa de iniciação científica, que tem por objetivo avaliar as temáticas recorrentes na poesia do ciberpoeta português Antero de Alda, considerando sua obra numa perspectiva crítica sociológica, além de contemplar a cibercultura e a produção artística em rede como fator emergente de uma sociedade permeada pela comunicação em massa.
(...) Considerando o contexto de produção do Antero de Alda, suas preocupações com os sofrimentos dos idosos, das mulheres afegãs no pós-guerra, e toda sua temática de denúncia social e política, vemos a crítica ao modelo de pensar imposto e alienante; não mais a retratação, o reflexo da sociedade e do homem, mas a proposta de construção de um novo modo de pensar, questionar e por isso começar a mudar a realidade.
(…) A obra do ciberpoeta português emerge nesse contexto com uma visão crítica da realidade, denunciando as mazelas da sociedade e contestando discursos vigentes na atualidade que são assimilados e reproduzidos acriticamente pelo sujeito comum. O autor oferece então, considerando seus quadros poéticos e a pluralidade de linguagem utilizada, inúmeros objetos de análise e muitos discursos contestados por ele, a fim de levar o leitor à uma concepção mais crítica do mundo, de si e do outro .»
DÉBORA SILVA & MAURÍCIO GABRIEL SANTOS
Nas malhas do discurso: perspectivas e diálogos da poética de Antero de Alda
Centro Universitário de Anápolis UniEvangélica e Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ pp. 31-43 ]
«Nas experimentações poéticas, os meios digitais possibilitam não só uma gama de manipulações, como também, geram novas formas, constituindo-se como uma ferramenta de criação, é significativo citar o poeta português Antero de Alda. Ele faz um trabalho situado entre o experimentalismo semiótico e alguma iconografia lírica documental. É considerado pela crítica uma referência na associação da poesia, da imagem e dos recursos midiáticos.»
ROSELENE BERBIGEIER FEIL
Poesia na era tecnológica
Universidade Estadual de Maringá, Brasil.
Documento
[ p. 11 ]
«(...) Há também novas possibilidades de leitura e mudanças na manipulação e interação com o objeto poético: do papel (folhear linearmente) para digital (navegar de forma não linear e de hipertexto, participar interativamente).»
[Poéticas dos artistas Arnaldo Antunes, Antero de Alda e Augusto de Campos]
ADRIANO GABRIEL BUZELLO
Poesia visual: trajetória, poética e visualidade
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Brasil.
Documento
[ pp. 23, 64-70 ]
«Outro exemplo é o Poema Declamado, de Antero de Alda, em que o poeta faz uma tradução intersemiótica de Um poema de Miguel Torga (ALDA, 2012). Em ambos, o processo de interação com o cursor é muito explorado. No primeiro, indica a ordem ou a desordem dos elementos do poema/construção; no segundo, representa o medo que impede a leitura pelo desorganizar das palavras e, ao fundo, o som que acalenta. Enfim, há novos modos semióticos que passam a integrar o sentido. Para Julio Plaza (2001, p. 115, grifo do autor), “[...] toda ‘nova tecnologia’ é, inicialmente, tradutora e inclusiva das linguagens anteriores”.»
MIRIAN HISAE YAEGASHI ZAPPONE & KÁTIA CAROLINE DE MATIA
Letramentos no ciberespaço: reflexões sobre a poesia digital
Universidade Estadual de Maringá, Brasil.
Documento
[ pp. 8-9 ]
«No poema Cibernético [Antero de Alda], particularmente, há uma relação entre o contemporâneo, ao se trabalhar com o gênero textual e-mail, e com um universo muito anterior (...). A construção do poema explora em um novo contexto e de uma nova maneira a estrutura poética tradicional e um gênero característico do universo digital, ou seja, elementos da tradição e elementos da contemporaneidade produzem novos sentidos. Essas associações entre o tradicional e o contemporâneo são possíveis na poesia digital por meio da palavra e sua relação com imagem, com o som, com o movimento e com os elementos que permitem a interatividade do leitor. Esses vários sistemas semióticos permitem possibilidades infinitas de criação. Ler poesia digital é deslindar esses vários sistemas semióticos, uma vez que os sentidos da poesia digital são multiplicativos.»
KÁTIA CAROLINE DE MATIA
Poesia expandida: a escrita poética no ciberespaço
Universidade Estadual de Maringá, Brasil.
Documento
[ pp. 63-66, 88-97 ]
«A leitura na cibercultura demanda novos conhecimentos no campo dos atributos cognitivos e significativos do leitor. O hipertexto assim como o poema no contexto do ciberespaço é uma obra para ser lida, vista, ouvida, manipulada e investigada. Sua realização, independentemente da época ou do suporte a que está vinculada, depende da intervenção do leitor, que o recria ao interagir com o fazer do poeta ou da equipe que produz esse tipo de texto. (...) O poeta e fotógrafo português Antero de Alda faz o leitor justamente refletir sobre esse processo...»
KÁTIA CAROLINE DE MATIA
Reflexões sobre o hipertexto e a poesia digital
Universidade Estadual de Maringá, Brasil.
Documento
[ pp. 8, 10 ]
«(...) Objetiva-se neste trabalho a análise da poética de Antero de Alda e as possíveis representações da modernidade líquida em seus poemas. Para isso, inicialmente revisitar-se-á as análises de Bauman sobre a contemporaneidade; em seguida, serão discutidos os conceitos de cibertexto e hipertexto; em um terceiro momento, será analisada a obra de Antero de Alda a partir das perspectivas oferecidas por Bauman; por último, apresentar-se-á considerações sobre a análise realizada.
Devido à múltipla e fecunda produção online de Antero de Alda, a análise deste trabalho será focada em duas obras: Retratos e transfigurações, por ter como temática as tradições portuguesas e a velhice; Poema Puzzle, por representar as angústias e conflitos dos séculos XX e XXI em uma perspectiva global. As escolhas foram feitas para que abarcassem o tradicional e o novo, o local e o global, demonstrando uma quebra das fronteiras geográficas e temporais.»
HUGO DE ANDRADE SILVESTRE & DÉBORA SILVA
Representações da Modernidade Líquida na Ciberpoesia de Antero de Alda
Centro Universitário de Anápolis UniEvangélica e Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ pp. 2 e sgts. ]
«Efetivamente, na ciberpoesia de Alda, os processos enunciativos que possibilitam ao sujeito lírico se colocar de forma consciente e contestadora em relação ao pensamento institucional, que é a ideologia, partem da ação individual de identificação e resistência até uma ação coletiva de contestar, e não somente assimilar, aquilo que é produto de uma reflexão crítica. É assim que, diante de um realismo maduro, comprometido com os homens de seu tempo, Alda assume uma postura visionária de seu fazer poético, transcendendo os limites da palavra escrita, para registrar, com a força eloquente de suas imagens, o "Zeitgeist" que demarca a cibercultura.»
DÉBORA SILVA
A Modernidade Líquida na Ciberpoesia de Antero de Alda
Universidade Estadual de Goiás, Brasil.
Documento
[ pp. 2 e sgts. ]
«Se no caso da geração automática de texto ainda é possível reconhecer uma matriz literária, quando processos algorítmicos semelhantes são usados para recombinar em simultâneo imagem pictórica e texto verbal, ou texto verbal e imagem cinética, estamos perante formas de arte digital sem equivalente directo nas formas e géneros anteriores. A literatura especificamente electrónica encontra-se frequentemente nesta posição. É o caso de sítios web de autores como Antero de Alda ou Rui Torres, cuja produção incorpora plenamente o hibridismo inter-artístico resultante da convergência de meios em poemas programados inteiramente multimodais, que combinam imagem, texto verbal, voz, música e vídeo.»
MANUEL PORTELA & RITA GRÁCIO
Poesia em rede
Universidade de Coimbra, Portugal.
Documento
[ pp. 21-22 ]
Contacto

anterodealda@gmail.com
Amarante PORTUGAL
|